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“O escritório como o conhecemos acabou”, diz o CEO do Airbnb, Brian Chesky

09 maio 2022, 12:35 - atualizado em 09 maio 2022, 12:35
CEO do Airbnb, Brian Chesky
CEO do Airbnb, Brian Chesky, vem implementando uma série de medidas para flexibilizar o modelo de trabalho da empresa (Imagem: Airbnb/Wikimedia)

Para o CEO do Airbnb, Brian Chesky, trabalhar no escritório agora é coisa do passado.

O executivo e cofundador do aplicativo voltado para hospedagem disse para o The Leadership Brief da Time que acredita que o escritório é “uma forma anacrônica de uma era pré-digital”.

Seus comentários acompanham as mudanças na empresa. No final de abril, o chefe do Airbnb anunciou que os funcionários “vivam e trabalhem de qualquer lugar”.

Isto é, a plataforma permitirá que os funcionários trabalhem remotamente para sempre sem corte salarial, além de afetar a capacidade de ampliar seus talentos, observando que a empresa teve seu período de dois anos mais produtivo enquanto trabalhava remotamente.

“Acho que o escritório como o conhecemos acabou”

Para Chesky, o escritório não é a origem de todo o mal, mas precisa ser repensado, “acho que o escritório como o conhecemos acabou”, defendeu ele à Time.

“Eu acho que as pessoas vão precisar de espaço, e as pessoas não vão querer trabalhar em casa. Eu acho que várias coisas vão acontecer; o escritório tem que fazer algo que uma casa não pode fazer”, acrescentou.

O CEO continuou: “se o escritório não existisse, eu gosto de perguntar, nós o inventaríamos? E se o inventamos, para que seria inventado? Obviamente, as pessoas ainda vão aos hospitais e trabalham, ainda vão às cafeterias e trabalham – esses espaços fazem todo o sentido. Mas acho que para alguém cujo trabalho é em um laptop, a questão é, bem, o que um escritório deve fazer?”

Ele não está sozinho nessa questão. Pouco depois de anunciar que o Airbnb será totalmente remoto, Chesky disse que a página de carreiras da empresa recebeu mais de 800.000 visualizações, como divulgou a Business Insider.

E o híbrido?

Reconhecendo as vantagens e desvantagens do modelo, Chesky disse à Time que trabalhar 100% remotamente pode diversificar as contratações, já que os funcionários podem estar em qualquer lugar, mas também pode fazer com que alguns colaboradores se sintam isolados de seus colegas de trabalho e da empresa.

Para ele o híbrido não é a solução. Embora o executivo tenha dito que um compromisso é necessário, ele acredita que há falhas no modelo de trabalho híbrido comum de ter funcionários trabalhando no escritório três dias por semana, que empresas como Google (GOOG) e Apple (AAPL) estão usando.

A alternativa do Airbnb a esse modelo é fazer com que os funcionários se encontrem pessoalmente cerca de uma semana por trimestre.

Trabalho por localização

Uma solução proposta pela empresa é que, a partir de setembro, os trabalhadores também poderão escolher entre 170 países para trabalhar por até 90 dias, embora ainda precisem ter um endereço permanente para fins fiscais.

Essa alternativa é mais um demonstrativo que o Airbnb, que concluiu um IPO em 2020, está fazendo de tudo para acomodar o desejo de sua equipe por acordos de trabalho mais flexíveis. A companhia tem mais de 5.000 funcionários em todo o mundo.

“Hoje, estamos anunciando que os funcionários do Airbnb podem morar e trabalhar em qualquer lugar”, disse o CEO e fundador em seu Twitter no final do mês passado, anunciando os planos permanentes de trabalho flexível.

Além disso, ele também aboliu o pagamento baseado em localização, pelo menos nos EUA. Isso inclui a opção de poder trabalhar em qualquer lugar dentro de seu país de origem, sem perda de remuneração.

O pagamento baseado em localização tem sido um ponto particular. O Facebook (FB), agora Meta, enfureceu parte dos funcionários quando Mark Zuckerberg sugeriu que os salários dos trabalhadores poderiam ser ajustados, em alguns casos reduzidos, se eles se mudassem para um local com um custo de vida mais barato.

Querendo fugir disso, a partir de junho, o Airbnb introduzirá níveis salariais únicos e aumentará o pagamento de funcionários cujo salário foi definido anteriormente usando um nível salarial mais baixo baseado em localização, disse o memorando da empresa.

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Estagiária
Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
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