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O esquerdista governo argentino resolve ser mais poluidor e quebrar pequenas biorrefinarias

20 jul 2021, 15:43 - atualizado em 20 jul 2021, 15:48
Argentina
A movimentada capital argentina, Buenos Aires, ficará mais poluída com maior uso de fósseis (Imagem: Unsplash/@sandercrombach)

O governo mais à esquerda do centro político sul-americano comprou uma briga com as pequenas empresas processadoras de biocombustíveis e com os ambientalistas. E até por isso surpreendeu.

A Argentina cortou drasticamente os mandatos de misturas do biodiesel ao diesel e de etanol à gasolina, em lei que o Senado aprovou. De 10% para 5% no primeiro. E de 12% para 6% no etanol, sendo que o processado do milho pode cair para 3% se persistirem as altas puxadas pelas exportações e/ou se faltar internamente, desequilibrando os preços dos combustíveis.

Vai valer até 2030.

O argumento é o mesmo que o governo brasileiro usou para cortar para 10% o uso do biodiesel, ante o b13 como manda o cronograma. Em agosto, a mistura vai aos 12%.

Vão sobrar mais grãos para a Argentina exportar. Os reflexos poderão ser sentidos nas cotações internacionais, para produtores que já perdem 33% nas “retenciones” (imposto sobre exportações) da soja e de 12% para o milho (e trigo).

Em 2020, a produção de biodiesel foi de 1,8 bilhão de litros, a menor em uma década, segundo dados do USDA, para um consumo de 1 bilhão aproximadamente com os 10%.

Em bioetanol, a demanda exigiu 880 milhões de litros, o menor em cinco anos. Em 2019, pré-pandemia, a entrega combinada de biocombustível de cana e de milho foi pouca acima de 1 bilhão de litros.

As “rebajas” dos volumes deverão incrementar, naturalmente, o maior volume de combustíveis fósseis. Apesar de produtor razoável de petróleo, a Câmara de Empresas Pequenas e Médias Regionais Elaboradoras de Biocombutíveis (Cepreb) calcula em 500 mil barris dias a mais em importações.

Junto com mais CO² na atmosfera, a lei do governo de Alberto Fernández e aprovado pelo Congresso poderá decretar a falência de plantas de biodiesel no cinturão produtivo da província de Santa Fé.

A Cepreb não vê como empresas que produzem entre 15 e 20 mil toneladas mensais possam sobreviver.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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