Metais Preciosos

O evento da semana que pode interferir na cotação do ouro

11 jan 2022, 12:52 - atualizado em 11 jan 2022, 12:52
Ouro
Para onde vai o ouro? Metal vive cenário de contradições (Imagem: REUTERS/Michael Dalder/File Photo)

Esta semana ainda guarda um evento importante para o ouro.

Nesta quarta-feira (12), os Estados Unidos informarão os dados de dezembro do Índice de Preços do Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que prometem interferir na cotação do metal.

O levantamento mais recente do CPI revelou que a inflação nos EUA atingiu 6,8% no acumulado em 12 meses até novembro, maior nível em quase 40 anos.

Matheus Spiess, analista da Empiricus, explica que o ouro tende a se beneficiar da alta da inflação, já que, por ser considerado um safe haven (porto seguro), as pessoas buscam refúgio nele.

“A gente viu isso acontecendo: as expectativas de dez anos para a inflação começaram a subir e a cotação do ouro também começou a subir”, afirma.

Contradição

Spiess destaca que, ao mesmo tempo que existe uma inflação muito alta, a curva de juros começa a se ajustar.

O Federal Reserve (Fed), banco central americano, tem sinalizado uma postura mais agressiva quanto à redução da sua carteira geral de ativos e uma alta mais rápida do que o esperado nos juros do país.

Os Treasuries (títulos do Tesouro americano) dispararam ontem, atingindo novas máximas em dois anos, em meio a expectativas do mercado de que o Fed começará a elevar os juros já em março.

Segundo Spiess, a alta do juro real pressiona o ouro, pois começa a aparecer no mercado outro ativo considerado safe haven (e que paga yield).

Isso cria um cenário contraditório para o ouro: existe um motivo (alta da inflação) para ficar otimista com a cotação do metal, mas este mesmo motivo pode gerar um fator (elevação dos juros) que alimenta o pessimismo.

O ouro também está suscetível à variação do dólar. Um dólar valorizado é ruim para o ouro, pois o câmbio também se transforma em uma espécie de safe haven.

Na avaliação do analista, a moeda americana pode ficar forte no curto prazo, dado o movimento de contracionismo monetário por parte do Fed, antes de começar a enfraquecer no médio/longo prazo.

Mais altos do que baixos?

Ouro Commodities
Matheus Spiess, analista da Empiricus, acha interessante ter exposição a metais preciosos via ouro e prata, de preferência investindo nos grandes players (Imagem: Pixabay/@hamiltonleen)

Spiess reconhece que o ouro atualmente vive um cenário com muitos ruídos e elevada volatilidade, mas entende que ainda é benéfico ter posição – ainda que menor – no metal.

O analista da Empiricus acha interessante ter exposição a metais preciosos via ouro e prata, de preferência investindo nos grandes players do exterior com o ETF (Exchange-Traded Fund, também conhecido como fundo de índice) VanEck Gold Miners (GDX).

Com exposição a ouro e prata e fluxo de caixa nos principais players, Spiess acredita que o investidor pode se beneficiar de uma alta inflacionária, eventual fraqueza do dólar e tensões geopolíticas, como o que vem acontecendo entre Rússia, Ucrânia e Cazaquistão.

Para Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos, a assimetria não parece muito positiva para investir em ouro.

“É um ativo que subiu bem, e a gente também está tendo elevação na taxa de juros americana. Isso me parece um cenário que está se desenhando para, no mínimo, o ouro não andar muito mais”, comenta.

Como Spiess, Oliveira acha interessante que o investidor tenha ouro na carteira, mas de forma estrutural, e não com fins de especulação de mercado.

“A assimetria não está tão interessante, mas não é por isso que o investidor não deve ter ouro na sua carteira. O investidor deveria ter uma posição estrutural no ativo”, afirma o especialista.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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