O impacto das discussões do IOF no varejo, segundo a XP Investimentos

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) está nos holofotes do mercado, que monitoram de perto seus impactos na economia e empresas. Quando se trata do varejo, a XP Investimentos avalia as negociações como “não tao ruim” para o setor — pelo menos por enquanto.
No domingo, o governo e o Congresso concordaram com um projeto provisório para compensar o recuo em alguns aumentos do IOF. Embora o projeto ainda não tenha sido publicado, a analista Danniela Eiger destaca que mudanças potenciais foram antecipadas pelo governo, enquanto outras foram apenas sinalizadas.
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“No geral, vemos as mudanças mais tangíveis (redução de 80% no IOF das operações de risco sacado, aumento de impostos sobre empresas de apostas e aumento da CSLL para instituições financeiras) com efeitos mistos para os varejistas, já que a primeira é melhor que a proposta inicial, mas ainda ligeiramente negativa, a segunda pode ser positiva, e a última deve ter efeito limitado”, avalia.
Além disso, a analista pontua que o governo sinalizou medidas adicionais potenciais relacionadas à redução de benefícios fiscais, que podem impactar principalmente nomes como Guararapes (GUAR3), Vulcabras (VULC3) e Alpargatas (ALPA4).
IOF: para o varejo, não tão ruim, por enquanto
Na visão da XP, o projeto proposto não deve ter impacto material para as varejistas, com a maior tributação sobre empresas de apostas, podendo inclusive ser um movimento favorável para o consumo, caso reduza os gastos neste sentido.
A analista destaca ainda que, embora alguns aumentos do IOF tenham sido reduzidos ou revertidos, o governo também mencionou que os FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) estarão sujeitos a uma alíquota de IOF de 0,38%.
“Ainda não está clara a mecânica dessa tributação e não parece impactar a antecipação de recebíveis dos varejistas, embora seja um risco”, avalia.