O interesse estrangeiro em ações ‘beta-Brasil’; veja 4 papéis no radar, segundo a XP

Investidores estrangeiros voltaram a olhar com mais atenção para ações brasileiras ligadas ao mercado interno, segundo relatório da XP Investimentos.
Em uma rodada recente de reuniões nos Estados Unidos, a corretora disse ter observado um aumento do interesse por papéis que podem se beneficiar da esperada queda da taxa Selic, embora o movimento ainda não seja de posicionamento forte no Brasil.
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As discussões, segundo a XP, se concentraram na relação “risco x retorno” de empresas com forte exposição doméstica — com Marcopolo (POMO4), Randon (RAPT4), Gerdau (GGBR4) e Aura (AURA33) entre as mais mencionadas.
As ações no radar dos estrangeiros
Marcopolo foi um dos destaques das conversas, com os investidores reconhecendo que o valuation da empresa está entre os mais baratos da cobertura da XP.
A preocupação principal recai sobre a possibilidade de a companhia estar no auge do ciclo de ônibus no Brasil — visão que a XP contesta, citando o atual ambiente ainda restritivo de juros.
A liquidez do papel também deixou de ser um problema, com o volume médio diário negociado girando entre R$ 90 e 100 milhões. Embora os investidores locais já estejam bastante posicionados no papel, a XP vê espaço para entrada de estrangeiros.
Randon também chamou atenção. O mercado enxerga uma assimetria positiva nos preços atuais, após o de-rating no ano passado. No entanto, segundo a XP, os investidores parecem esperar que gatilhos mais claros — como queda efetiva dos juros e recuperação do ciclo do agronegócio — se materializem antes de adotarem uma postura mais otimista.
No setor de Mineração e Siderurgia, Gerdau foi o nome mais citado, superando a Vale, que ainda sofre com o sentimento negativo em relação à China, disse a XP.
O otimismo com Gerdau está ligado à sua forte presença nos Estados Unidos, em um ambiente mais protecionista e com menores exigências de capex, observou a corretora.
Já a Vale, mesmo com uma melhor postura operacional e oportunidades no cobre, enfrenta ceticismo quanto à dinâmica de preços do minério de ferro, especialmente com a proximidade da operação de Simandou, disse a XP.
Outro destaque foi a Aura Minerals, que atraiu atenção diante da valorização do ouro, impulsionada por inflação global, desdolarização e compras de bancos centrais.
Além disso, a percepção de crescimento da empresa, com entrega de guidance e novos projetos, somada à expectativa de maior liquidez com a oferta na Nasdaq, reforçou o interesse do investidor estrangeiro, segundo a XP.