O medo do líder da cúpula empresarial da COP30: ‘Acho que temos um complexo de vira-lata’

A menos de 40 dias da COP30, que será realizada em Belém (PA), o líder do SB COP30, Ricardo Mussa — iniciativa do setor produtivo liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) — alertou, em entrevista ao Money Times, que a logística complexa e os altos custos de hospedagem podem dificultar a presença de grandes nomes na conferência, representando um dos principais riscos ao sucesso do evento.
“Acho que o risco de não trazer CEOs relevantes diminuiu, mas ainda existe. Tenho receio de que acabemos lavando muita roupa suja em praça pública, com protestos durante a COP, e de que nos critiquemos demais”, afirma. “Acho que ainda temos um pouco de complexo de vira-lata. Diferente dos locais das últimas COPs, somos um país super democrático, muito aberto. Precisamos ter orgulho do que somos e abordar as coisas boas que fazemos, e não apenas nossos problemas. Eu prefiro uma COP com maior unidade do Brasil”, completa.
O que podemos entregar até 2030?
Mussa é enfático ao dizer que o mundo não atingirá a meta de net zero até 2030 e acredita que a solução para as mudanças climáticas está nas novas tecnologias.
“Precisamos ganhar tempo para que essas tecnologias continuem evoluindo. E esse tempo vem da transição energética. Não adianta querer acabar com o petróleo amanhã, porque isso não é viável. Precisamos identificar o que está funcionando e entender quais tecnologias são vencedoras e economicamente viáveis. Ganhar tempo para que as novas tecnologias cheguem e resolvam de vez o problema.”