Petrobras (PETR4): O possível efeito da queda do petróleo nos preços da gasolina

A queda recente no preço do petróleo tipo Brent — que chegou ontem a US$ 61 o barril, na mínima em cinco meses — reforça a possibilidade de que a Petrobras (PETR4) reduza o preço da gasolina. A presidente da estatal, Magda Chambriard, destacou esse movimento em publicação nesta semana nas redes sociais, sugerindo que a retração da commodity pode justificar um novo ajuste.
Com o petróleo em queda, a Petrobras poderia reduzir o preço da gasolina A entre 5% e 10% no curto prazo. Isso levaria o valor médio de venda nas refinarias dos atuais R$ 2,85 por litro para uma faixa entre R$ 2,57 e R$ 2,71, representando uma redução de R$ 0,14 a R$ 0,28 por litro.
Segundo o BTG Pactual, o reajuste seria coerente com a estratégia histórica da Petrobras, que nos últimos 12 meses tem mantido seus preços 5% a 8% abaixo da paridade de importação (PPI). O combustível está 13% acima da paridade de importação, de acordo com o Itaú BBA.
Mas o preço definido pela Petrobras nas refinarias é apenas uma parte do que chega ao consumidor final. O valor pago nos postos também inclui impostos federais e estaduais, custos de transporte e margens de distribuição e revenda — que podem variar de acordo com cada região. Assim, eventuais reduções promovidas pela estatal tendem a chegar ao consumidor de forma parcial e com algum atraso.
Segundo o boletim de outubro do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o preço médio mensal de revenda da gasolina nos postos permaneceu estável em setembro, encerrando o mês a R$ 6,19 — o mesmo valor de agosto. Ainda assim, o patamar está acima da média máxima dos últimos cinco anos para o mesmo mês, que foi de R$ 6,08.
O Norte teve a média regional mais alta (R$ 6,58), e o Sudeste a mais baixa (R$ 6,07). Entre os estados, os maiores preços foram registrados no Acre (R$ 7,53) e no Amazonas (R$ 7,02), enquanto os menores foram observados no Piauí (R$ 5,80) e no Maranhão (R$ 5,90).
O Ineep também destacou que, embora os preços ao consumidor tenham se mantido estáveis, as margens de distribuição e revenda da gasolina aumentaram de forma expressiva. Em janeiro, a margem era de R$ 0,96 por litro (15,5% do preço final). Em setembro, subiu para R$ 1,30 (21% do total). Esse aumento nas margens também foi observado em outros combustíveis, como o GLP.