O que afasta o investidor do Brasil, segundo Temer

A falta de segurança jurídica é um fator que pode afastar o investidor do Brasil, segundo o ex-presidente Michel Temer.
“Você só tem segurança jurídica quando se cumpre o normativo — esse é corre do sistema constitucional. E se a gente seguir esse caminho, vamos atrair mais investimento para o país”, disse Temer em evento realizado pelo Esfera Brasil nesta segunda-feira (25), em São Paulo.
Em contraponto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou, também no evento, que o país vem melhorando nesse excesso de judicialização. Segundo ele, essa é uma estão que vem sendo trabalhada no Supremo e que está avançando.
“Antes, a gente trabalhava com 100 mil processos por ano, agora estamos com cerca de 20 mil. Então, acho que ampliamos a segurança jurídica, mas temos muito tribunais e nem sempre as decisões do Supremo são seguidas”, pondera.
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Crise Brasil-EUA
O ex-presidente Michel Temer ainda disse lamentar a crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, já que são dois países com uma longa história de parceria comercial. Segundo Temer, houve um exagero nas medidas tomadas pelo governo norte-americano, que demanda muito diálogo.
“Você me perguntou o que eu faria se fosse o presidente? Eu botaria a imprensa em uma sala, ligaria para o presidente Donald Trump e, se ele não atendesse, eu diria que fiz o possível, que tentei conversar, mas que ele não quer. Eu acho que o que vale é a tentativa para mostrar que o Brasil não quer briga ou disputa, mas, sim, encontrar um caminho pacífico”, afirmou ao ser questionado por jornalistas.
Temer afirma que acredita que a economia está pesando bastante na questão das tarifas, mais do que a relação da família Bolsonaro com o governo dos EUA. Ele cita o plano liderado pelo Brasil de deixar de usar o dólar como moeda em transações dos Brics.
O ex-presidente ainda destacou que toda vez que há uma desarmonia dos órgãos do poder, há uma inconstitucionalidade e desobediência da vontade popular. “No executivo, você não pode mandar nada para o Congresso sem dialogar. Foi o caso do IOF, que gerou um conflito desnecessário, fruto da falta de um diálogo mais efetivo”, completou.