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O que derrubou o dólar em mais de 3% em março?

31 mar 2023, 17:58 - atualizado em 31 mar 2023, 17:58
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Dólar fechou em queda pelo sexto dia seguido nesta sexta-feira e corroborou para a queda mensal e trimestral (Imagem: Pixabay/geralt)

dólar à vista fechou em queda nesta sexta-feira (31), pelo sexto pregão seguido, ainda na esteira da apresentação do novo arcabouço fiscal, ontem, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Entretanto, a nova regra fiscal ainda será votada no Congresso.

Como de praxe, o arcabouço fiscal precisará ser votado na Câmara dos Deputados em dois turnos e, na sequência, vai para votação em único turno no Senado. Caso haja mudanças nas propostas, o texto será novamente votado.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,5% frente ao real, a R$ 5,06 para venda, menor valor em dois meses. Em contrapartida, lá fora, o Dollar Index (DXY) subiu 0,2%, aos 102,4 pontos. Ao engatar seis quedas seguidas, o dólar recuou 3,3% na semana, a segunda consecutiva de sinal negativo.

A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, comenta que o arcabouço fiscal apresentado trouxe alguns pontos positivos que podem reduzir o risco à frente. “O principal destaque é o limite de crescimento real dos gastos, que deve ficar entre 0,6% e 2,5% ao ano”, comenta.

Ela acrescenta que melhoras mais consistentes nas expectativas para a taxa de câmbio, inclusive para a inflação e para os próximos passos da politica monetária, vão depender da aprovação do projeto e melhora efetiva nos resultados fiscais ao longo deste ano e proposta orçamentária para 2024.

Dólar no mês

No mês, o dólar desvalorizou 3,1% e, com isso, fecha o primeiro trimestre de 2023, com tombo de 4,1%, saindo do patamar perto de R$ 5,45 para abaixo de R$ 5,10.

A moeda americana foi conduzida em março pela discussão em torno da taxa de juros aqui e nos Estados Unidos, além das discussões em cima da urgência de novas regras fiscais.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevou a taxa de juros mais uma vez. Porém, sinalizou uma pausa na alta de juros, o que aliviou o DXY.

Por outro lado, aqui, o Banco Central (BC) sinalizou no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, que não há horizonte para corte de juros. O documento foi visto como “duro” (hawkish) por investidores locais.

Além disso, o recuo do dólar no acumulado do mês e do ano reflete a percepção de investidores estrangeiros de que o Brasil é um bom destino para investimentos em função dos juros mais altos.

*Com Reuters

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