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O que esperar do 1T23 da Vale (VALE3)? Mineradora divulga produção nesta semana

16 abr 2023, 17:06 - atualizado em 16 abr 2023, 17:06
Vale, ações
Vale deve ver queda sequencial relevante da produção de minério de ferro no primeiro trimestre de 2023, diz Genial (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Vale (VALE3) reporta na terça-feira (18), após o fechamento do mercado, seu relatório de produção e vendas referente ao primeiro trimestre de 2023. O relatório dará sinais do que esperar dos resultados da mineradora, que serão reportados já na próxima semana, dia 26 de abril.

Analistas estão considerando um trimestre mais fraco em termos de produção. A Genial Investimentos acredita que o início de ano da Vale deve apresentar uma queda relevante na produção de minério de ferro em comparação com o quarto trimestre de 2022 devido ao período de chuvas. A queda na produção deve acabar por refletir nos embarques também.

A Genial estima produção de 64 milhões de toneladas de minério de ferro, ante volume de 80,8 milhões de toneladas reportado nos últimos três meses do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, a companhia deve reportar um leve aumento de 1,5%, acrescenta a corretora.

“Ainda que a intensidade das chuvas tenha sido menor e mais espaçada no quadrilátero ferrífero (MG) se compararmos ao igual período do ano passado, a Vale deve sofrer novamente nesse primeiro trimestre de 2023, diante de chuvas mais fortes, dessa vez no Pará (PA), onde fica Carajás, o complexo que representa ~10% do volume de produção atual da Vale e é estratégico para a companhia pela qualidade do minério”, afirma o time de análise.

Outro ponto levantado pela Genial é que a Vale ainda enfrenta dificuldades de licenciamento, justamente no Sistema Norte. Esses licenciamentos poderiam destravar volume mais significativo de produção à mineradora, avalia.

“Nossa opinião é que a morosidade encontrada nos últimos trimestre deve continuar a se repetir, colocando grande empecilho para o ramp-up da produção da Vale”, reforça a corretora.

O BBA espera que o lucro líquido da Vale contraia mais da metade em comparação com o primeiro trimestre de 2022, totalizando US$ 1,99 bilhão (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

Metais básicos

Para o segmento de metais básicos, o atraso de manutenções deve seguir atrapalhando a performance da unidade em 2023. A expectativa dos analistas da Genial para a produção de níquel é de queda de 3,4% no comparativo trimestral, enquanto as vendas devem contrair 24,2% no período.

Para o cobre, a expectativa é de aumento de produção, mas queda de 12,7% nas vendas em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Como a Genial, o Itaú BBA avalia que o recuo nos números do primeiro trimestre deve refletir a fraqueza da divisão de metais básicos e a performance morna do minério de ferro.

Para metais básicos, o BBA espera uma queda sequencial de 2% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a US$ 759 milhões. O níquel deve ver os volumes encolherem 30%, enquanto os embarques de cobre vão declinar 10% trimestre a trimestre, diz a corretora.

A expectativa para o Ebitda consolidado da Vale é de queda trimestral de 18% e recuo anual de 36%, a US$ 4,1 bilhões.

O BBA espera que o lucro líquido contraia mais da metade em comparação com o primeiro trimestre de 2022, totalizando US$ 1,99 bilhão.

A recomendação do BBA para o ADR (American Depositary Receipt) da Vale ainda é de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo de US$ 18.

A Genial tem recomendação de “manter” e preço-alvo de R$ 89 para as ações negociadas na B3.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.