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O que está acontecendo com as ações da Hapvida (HAPV3)?

09 mar 2023, 18:43 - atualizado em 09 mar 2023, 19:06
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Hapvida volta a cair forte na Bolsa nesta quinta-feira (9); veja a seguir a explicação (Imagem: Facebook/Hapvida)

As ações da Hapvida (HAPV3) voltaram a cair forte nesta quinta-feira (9), dando continuidade à trajetória de queda iniciada antes mesmo da divulgação de resultados da companhia.

Os papéis da empresa do setor de saúde despencaram 33,56%, cotados a R$ 1,94.

A Hapvida vem enfrentando uma forte pressão vendedora na Bolsa nas últimas semanas, especialmente depois que reportou números ruins do quarto trimestre de 2022.

O lucro líquido ajustado da companhia caiu mais da metade nos últimos três meses do ano passado, somando R$ 161,4 milhões. Desconsiderando os ajustes, a Hapvida reverteu o lucro de R$ 200,2 milhões em 2021 e passou para um prejuízo líquido trimestral de R$ 316,7 milhões.

Analisando o balanço, a Genial Investimentos chegou à conclusão de que os dados do quarto trimestre de 2022 ainda não trouxeram a “luz no fim do túnel” para a operadora de planos de saúde. Um ponto preocupante levantado pela corretora é o nível de sinistralidade no curto prazo.

“Reiteramos nossa preocupação com a mudança de hábitos relacionados ao cuidado com saúde da população brasileira, que pode significar um patamar de sinistralidade em equilíbrio mais alto que o anteriormente observado para as operadoras de saúde”, comenta, em relatório publicado no início do mês.

Para a Empiricus Research, os resultados da Hapvida vieram bem mais fracos que o esperado, refletindo a dificuldade da empresa em lidar com a alta sinistralidade.

“A grande dúvida nossa (e do mercado) é de quando a sinistralidade irá se normalizar”, afirma o analista Fernando Ferrer.

Ferrer diz que o mercado parece ter se cansado de comprar a promessa de melhoria de sinistralidade da Hapvida.

“Para que ela melhore estruturalmente, é preciso que ao menos um desses dois indicadores melhorem: ticket médio ou redução dos níveis de frequência de utilização”, diz.

A Hapvida despencou mais de 30% no pregão seguinte à divulgação dos resultados. Voltou a cair nos dois dias seguintes e tentou recuperar parte das perdas depois, até a derrocada desta quinta.

No ano, os papéis acumulam uma desvalorização de mais de 60%.



Outra notícia não bem-vinda

A Hapvida anunciou ontem que avalia alternativas para fortalecer sua estrutura financeira, incluindo a possibilidade de realizar um aumento de capital via emissão de novas ações.

A realização da operação dependerá de condições favoráveis de mercado e aprovações pelos órgãos societários competentes, disse a companhia, em fato relevante apresentado ao mercado.

A Hapvida também afirmou que continua avaliando eventuais alienações de ativos não relacionados às suas atividades principais, a fim de focar seus esforços no negócio principal, principalmente após a fusão com a NotreDame Intermédica.

A Hapvida estuda a potencial alienação de ativos fixos relevantes em estruturas como “sale & lease back”. De acordo com a empresa, as negociações com potenciais investidores seguem em curso.

Na avaliação do Itaú BBA, os estudos para um potencial aumento de capital indicam um cenário de maior estresse para a Hapvida.

“A menção de um aumento de capital como opção a um valuation tão pressionado (nos níveis atuais) sugere um cenário mais estressante que anteriormente esperado, o que deve ser visto como negativo pelo mercado”, explica a instituição.

Apesar da leitura inicial negativa, o BBA reconhece que a Hapvida apresentou diversas alternativas para melhorar sua estrutura financeira.

O BBA ainda tem recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo de R$ 7 ao fim de 2023, segundo relatório enviado a clientes nesta quarta (8).

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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