O que está mexendo com os mercados? Veja as principais notícias desta tarde

1. Em meio a balanços, Ibovespa recua com cautela antes de fim de semana prolongado
O Ibovespa recuava nesta sexta-feira, véspera de fim de semana prolongado e com viés cauteloso no exterior, em meio a uma bateria de balanços no Brasil, entre eles o da Usiminas, que apoiava a alta das ações da companhia.
Às 13h, o Ibovespa caía 0,24%, a 119.013,02 pontos. O volume financeiro era de 3,9 bilhões de reais.
Não haverá negociação nos mercados de renda variável da B3 nos dias 15 e 16, com as operações voltando a partir das 13h de quarta-feira.
Nesse cenário, prevalece a cautela dado o risco de decisão com efeito nas contas públicas no Brasil, particularmente sobre o novo auxílio emergencial, bem como de algum evento externo, enquanto o pregão brasileiro estiver fechado.
Em nota a clientes, o BTG Pactual ponderou que o fim de semana prolongado deixa o mercado brasileiro vulnerável e assim pode haver uma realização de lucros por investidores nesta sessão para reduzir um pouco de risco, o que é normal.
“O risco fiscal tem sido o foco principal do mercado… Continuo acreditando que estamos em um processo de acumulação na faixa dos 120.000 pontos (para o Ibovespa, aguardando sinais mais claros de avanços nas reformas”, acrescenta a nota.
2. Economistas reduzem projeção para rombo fiscal do governo em 2021 em mais de R$ 10 bilhões
Economistas consultados pelo Ministério da Economia reduziram suas projeções para o déficit primário do governo central neste ano em mais de 10 bilhões de reais, mostrou o relatório Prisma divulgado nesta sexta-feira.
A estimativa é que o rombo feche 2021 em 211,8 bilhões de reais, segundo a mediana da pesquisa, número inferior ao déficit de 221,9 bilhões de reais projetado há um mês.
O prognóstico também está abaixo da meta fixada pelo governo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de déficit de 247,1 bilhões de reais, em cálculo que não incluiu despesas com o pagamento de novas parcelas do auxílio emergencial, cuja reedição já está sendo discutida abertamente pela equipe econômica e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.
A previsão dos economistas para o déficit primário em 2022, por outro lado, aumentou ligeiramente para 164,8 bilhões de reais, ante 163,9 bilhões há um mês.
A melhora da estimativa dos economistas para as contas neste ano acompanhou um aumento nas projeções para a receita líquida do governo –que tiveram mediana de 1,329 trilhão de reais, ante 1,324 trilhão de reais na pesquisa de janeiro.
A expectativa é que a dívida bruta do país feche este ano em 89,4% do PIB, praticamente estável em relação a 2020, quando o indicador ficou em 89,3%. Já para o próximo ano, os economistas veem um novo aumento do endividamento, para 90,45% do PIB.
3. Reino Unido planeja reunir G-7 com foco em estratégia para China
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, planeja organizar uma reunião virtual dos líderes do G-7 em 19 de fevereiro para formar uma frente no combate ao coronavírus e começar a traçar uma estratégia conjunta para a China.
Entre os diplomatas mais graduados que preparam as bases, houve também uma conversa preliminar sobre como lidar com a China e qual texto usar no comunicado final da cúpula de junho, de acordo com uma nota diplomática vista pela Bloomberg.
Durante a chamada reunião de sherpas na semana passada, o delegado dos EUA destacou a necessidade de agir com firmeza e determinação em relação ao governo de Pequim, enquanto o Canadá enfatizou a importância de não deixar a vacinação de países mais pobres nas mãos da China e da Rússia, segundo o documento.
O Reino Unido também propõe um plano de recuperação de 10 pontos, uma declaração sobre preparação para pandemias e um comunicado que promove sociedades abertas, valores democráticos e direitos humanos a ser assinado pelo grupo e os três convidados deste ano: Austrália, Coreia do Sul e Índia.
Johnson convidou os três países para o fórum deste ano enquanto tenta estabelecer a chamada coalizão D-10 de democracias para fazer frente à China. A proposta gerou tensão, pois alguns temem uma expansão do grupo pela porta dos fundos, enquanto outros estão preocupados que a coalizão possa se transformar em uma frente antiChina.
4. Governo precisa cortar gastos ou aprovar Orçamento de Guerra para pagar novo auxílio, diz Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que o governo tem duas alternativas para a recriação do auxílio emergencial, ou cortar o Orçamento atual ou abrir um crédito extraordinário dentro de um novo Orçamento de Guerra.
“Já comentei com vocês que esse assunto está sendo tratado pelo presidente junto com a equipe econômica e com o Congresso. Então, estão buscando uma solução. Em linhas gerais, ou você faz um crédito extraordinário, aí seria o tal do Orçamento de Guerra, ou corta dentro do nosso Orçamento para atender as necessidade. Não tem outra linha de ação fora”, afirmou Mourão a jornalistas.
Perguntado se a reação do mercado não seria muito negativa com a recriação do Orçamento de Guerra –expediente aprovado ano passado para que o governo pudesse gastar além do teto de gastos com medidas de combate à epidemia–, Mourão afirmou que o governo não pode ser escravo do mercado e é preciso atender as pessoas que estão sem renda.
“Minha gente, a gente não pode ser escravo do mercado. Então, tem que entender o seguinte: nós temos aí, vamos botar aí uns 40 milhões de brasileiros que estão em uma situação difícil, a gente ainda continua com a pandemia”, afirmou.
“A gente acredita que mais uns três, quatro meses a gente tenha uma produção de vacina capaz de começar um processo de imunização consistente. Então, o presidente é obrigado a decidir para alguma forma de auxiliar essa gente.”
O governo estuda um novo auxílio com três ou quatro parcelas de 200 a 250 reais, a serem pagas para pessoas desempregadas e que também não sejam atendidas por outros programas sociais do governo, como o Bolsa Família.
Na quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo só pode pagar o novo benefício se o Congresso aprovar Proposta de Emenda à Constitucional que institui o chamado Orçamento de Guerra, em que, no caso de situação de calamidade pública, o governo pode acionar para ser autorizado a descumprir as regras fiscais.
5. “PIB do Banco Central” aponta contração da economia de 4,05% em 2020
A atividade econômica brasileira mostrou perda de força no final do ano passado e despencou 4% em 2020, mostraram dados do Banco Central nesta sexta-feira, menos do que o esperado pelo governo na esteira das paralisações e medidas de contenção contra a pandemia de Covid-19.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou contração de 4,05% no ano passado, em números observados, após expansão de 0,93% em 2019.
A projeção oficial do Ministério da Economia hoje é de uma queda de 4,5% em 2020.
Os números oficiais do PIB em 2020 serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 3 de março. A última vez que a economia brasileira apresentou queda foi em 2016, de 3,3%, depois de ter recuado 3,5% em 2015.
De acordo com série histórica do IBGE iniciada em 1962 e publicada no site do BC, o pior resultado do PIB brasileiro foi registrado em 1990, com uma queda de 4,35%.
O ano ainda terminou com perda de força uma vez que o índice apresentou alta de 0,64% em dezembro na comparação com o mês anterior, de crescimento de 0,68% em novembro e 0,77% em outubro.
O resultado marcou o oitavo mês seguido de alta desde que a atividade foi duramente atingida pela pandemia em abril, e ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,40%.
Com isso, o IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com crescimento de 3,14% sobre o terceiro, em número dessasonalizado, depois de ter avançado um recorde de 8,19% no período de julho a setembro.