O que está mexendo com os mercados? Veja as principais notícias desta tarde

1. Ibovespa oscila em torno da estabilidade; ações de commodities lideram ganhos
O principal índice da bolsa paulista oscilava em torno da estabilidade nos primeiros negócios desta quinta-feira, uma vez que ações de empresas de commodities estendiam a valorização da véspera, contrabalançando a influência negativa de Wall Street.
Às 13h, o Ibovespa mostrava desvalorização de 103%, aos 119.120 pontos, após já ter fechado na véspera no pico em quatro semanas.
Ações de blue chips domésticas, incluindo Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), conduziam o índice, refletindo a alta nas cotações de produtos como petróleo e minério de ferro no mercado internacional.
Esse movimento vem após feriados prolongados em mercados ao redor do mundo, o que na semana passada havia colocado os investidores em posições mais conservadoras.
As bolsas de Wall Street ficaram fechadas na segunda-feira, enquanto a Bovespa voltou na véspera e os mercados da China retomam nesta quinta.
Segundo profissionais do mercado, investidores também voltam a ampliar posições em ativos de risco após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ter sinalizado na ata da última reunião, divulgada na véspera, que deve manter estímulos monetários e liquidez elevada por período prolongado.
Por outro lado, a influência das bolsas de Nova York e da Europa era negativa, com investidores na defensiva enquanto aguardam mais informações sobre novos estímulos econômicos.
2. Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA sobem inesperadamente
O número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego subiu inesperadamente na semana passada, mas o mercado de trabalho está se recuperando continuamente já que estímulos fiscais adicionais e a queda nos casos de Covid-19 estão permitindo a reabertura de mais empresas de serviços.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 861 mil em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 13 de fevereiro, contra 848 mil na semana anterior, disse o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam 765 mil solicitações na última semana.
Parte do aumento nos pedidos pode estar relacionada ao fechamento temporário de fábricas de automóveis no início da semana passada devido à escassez global de chips semicondutores.
A General Motors anunciou que suspenderia totalmente a produção de sua fábrica Fairfax, em Kansas City, na semana de 8 de fevereiro.
3. Farmacêuticas iniciam ensaios de vacinas em gestantes
Desenvolvedores de vacinas contra a Covid-19 se preparam para iniciar ensaios em mulheres grávidas com o objetivo de provar que os imunizantes são seguros para gestantes.
A Pfizer e a parceira alemã BioNTech começaram os ensaios com sua vacina de RNA mensageiro em 4 mil mulheres nos últimos estágios da gravidez, de acordo com o site de registros de ensaios clínicos dos Estados Unidos. As empresas realizarão um estudo de estágio intermediário entre 350 voluntárias com 27 a 34 semanas de gestação para confirmar a segurança antes de passar para ensaios avançados entre mulheres com 24 a 34 semanas de gestação.
AstraZeneca e Johnson & Johnson planejam realizar ensaios nos próximos meses. É uma boa notícia para grávidas, que até agora têm enfrentado um difícil dilema: foram excluídas dos estudos de vacinas, porém são mais vulneráveis a casos graves de Covid-19. Alguns estudos também relacionaram a doença ao parto prematuro.
“Embora seja uma boa notícia que os ensaios de vacinas em mulheres grávidas estejam finalmente começando, os resultados desses testes provavelmente não estarão disponíveis antes do outono”, no hemisfério norte, disse Marian Knight, professora de saúde da população materno-infantil da Universidade de Oxford.
Mulheres grávidas foram excluídas dos estudos de vacinas devido à falta de informações sobre segurança e risco potencialmente maior de eventos adversos, apesar dos apelos de muitos cientistas e médicos para a inclusão de gestantes.
Como resultado, EUA, Reino Unido e a Organização Mundial da Saúde desaconselharam a vacinação de mulheres grávidas, a menos que façam parte do grupo de alto risco, como profissionais de saúde da linha de frente.
4. Governo Biden busca apoio de Taiwan para resolver falta de chips
Brian Deese, principal assessor econômico do presidente dos EUA, Joe Biden, buscou a ajuda do governo taiwanês para resolver a escassez global de semicondutores que paralisa montadoras no mercado americano, de acordo com carta revisada pela Bloomberg News.
Na carta, Deese agradeceu à ministra de Assuntos Econômicos de Taiwan, Wang Mei-hua, por seu envolvimento pessoal para a solução da falta de microchips e por abordar as preocupações de empresas automotivas dos EUA.
A carta de Deese mostra que autoridades da Casa Branca agiram para tentar resolver a escassez, que representou um desafio inicial para o governo Biden. Deese, diretor do Conselho Econômico Nacional, bem como o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, estão pessoalmente envolvidos no esforço de resolver gargalos nas cadeias de suprimentos das montadoras, disse um porta-voz da Casa Branca.
O porta-voz pediu para não ser identificado pelo nome porque as conversas são confidenciais. Wang disse a repórteres na quinta-feira que não recebeu uma carta de Deese e reiterou que fabricantes de chips de Taiwan buscam resolver as restrições de oferta.
O governo dos EUA conversa com parceiros internacionais e aliados para incentivá-los a tomarem medidas para lidar com a escassez, mas todos reconhecem que não é uma crise de curto prazo, disse o porta-voz da Casa Branca. Mais ações serão necessárias para evitar escassez semelhante no futuro, acrescentou o porta-voz.
Taiwan abriga a maior indústria de semicondutores do mundo e também depende das armas dos EUA para se defender da China, que considera a ilha como parte de seu território e ameaçou usar a força se o governo de Taipé buscar a independência formal.
O governo Biden também pediu às embaixadas dos EUA ao redor do mundo que identifiquem como outros países e fabricantes internacionais de chips podem ajudar a resolver a escassez global e mapear as medidas tomadas até agora, disse o porta-voz.
5. Ata do BCE mostra preocupações com euro forte
A inflação na zona do euro ainda está distante da meta do Banco Central Europeu e o euro forte apresenta perigo adicional, concluíram as autoridades do BCE no mês passado, mostrou a ata da reunião de 21 de janeiro nesta quinta-feira.
O BCE manteve a política monetária no mês passado mas alertou que um recente aumento nas infecções por Covid-19 apresentava risco à recuperação da zona do euro e levantou a chance de uma recuperação tardia.
Dados desde a reunião indicaram um início ainda mais fraco do ano do que projetado anteriormente, já que a vacinação avança lentamente e os países estão prorrogando as medidas de lockdown.
“Entretanto, foram apresentadas preocupações sobre os acontecimentos na taxa de câmbio que podem ter implicações negativas para as condições financeiras da zona do euro e, por fim, consequências para a perspectiva de inflação”, disse o BCE.
“Um amplo estímulo monetário continua sendo essencial”, completou o BCE.