Mercados

O que está mexendo com os mercados? Veja as principais notícias desta tarde

09 mar 2021, 13:08 - atualizado em 09 mar 2021, 13:08
Mercados Day Trader Trading
Veja os destaques desta tarde (Imagem: Freepik/@standret)

1. Lula candidato: Investidores estão cautelosos e Ibovespa sobe

A bolsa paulista está em leve alta nesta terça-feira (9), enquanto agentes financeiros continuam analisando a decisão na véspera do ministro do STF Edson Fachin de anular condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Às 13h, o Ibovespa subia 1,37%, a 112.124,71 pontos.

Na segunda-feira, o Ibovespa caiu 4%, após a decisão de Fachin de colocar Lula em condições de concorrer às eleições de 2022, o que na visão do mercado deve acentuar a polarização e reduzir espaço para alguém ser competitivo com uma postura mais moderada.

“O mercado aguarda os desdobramentos da decisão de Fachin”, observaram analistas da CM Capital Markets em nota a clientes.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, também chamou a atenção para sinais de que o presidente Jair Bolsonaro estava negociando a desidratação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados, atendendo pedidos da bancada da bala, bem como rumores de novo adiamento da sua votação.

“O noticiário político segue bastante volátil e aumentando o risco país”, afirmou em nota a clientes.

2. Petróleo perto de US$ 70 desafia recuperação econômica global

O salto dos preços do petróleo chama a atenção sobre como o aumento constante dos custos de energia ameaça criar um entrave à recuperação econômica global e alimenta temores de inflação.

Depois de subir mais de 30% neste ano com cortes da produção coordenados por grandes exportadores e demanda em recuperação após o mergulho com a crise de Covid-19, um ataque com míssil no domingo contra um importante terminal de exportação da Arábia Saudita fez o petróleo Brent ultrapassar US$ 70 o barril pela primeira vez desde janeiro de 2020.

Embora os preços tenham recuado desde então, o impacto sobre a inflação e recuperação global depende da duração do rali.

Crescimento global

Para economistas, o que importa é a causa dos preços mais altos, e não o preço em si. Os custos crescentes de energia devido à forte demanda normalmente indicam um crescimento sólido e resiliente, enquanto o aumento dos preços puxado pela oferta limitada pode pesar na recuperação.

Economistas do Morgan Stanley estimam que a commodity precisaria ser negociada a US$ 85 o barril, em média, para a carga global do petróleo ultrapassar as médias de longo prazo.

“Como contexto, a carga global do petróleo ultrapassou pela última vez a média de longo prazo em 2005, mas com o cenário de forte crescimento global, as economias foram capazes de suportar o impacto da alta dos preços do petróleo até 2007, quando a expansão mundial já perdia força e, ainda assim, as cotações do petróleo subiam rapidamente”, escreveram economistas do banco na semana passada.

Inflação

A valorização do petróleo tem como pano de fundo o debate sobre a inflação global. Com o salto dos rendimentos dos títulos, investidores continuam a testar autoridades monetárias, como o presidente do Federal ReserveJerome Powell, segundo os quais a inflação não é uma ameaça este ano, mesmo com trilhões de dólares de estímulo sendo injetados na economia global.

3. Dinheiro que bancos pegam emprestado para repassar a clientes já custa mais que Selic

A retirada das medidas emergenciais adotadas para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 e as incertezas relacionadas ao impacto econômico da crise de saúde podem afetar negativamente a qualidade do crédito no país, avaliou o Comitê de Estabilidade do Banco Central em documento divulgado nesta terça-feira (9), destacando que as mudanças já verificadas no perfil de captação do sistema financeiro são um ponto de atenção.

Segundo o Comef, a taxa média de captação dos bancos tem se elevado e está, pela primeira vez desde que o BC passou a fazer o levantamento, acima da taxa básica de juros. Como resultado da crise, os prazos das captações também ficaram menores, exigindo volumes maiores de liquidez das instituições.

Ao avaliar os mercados financeiros globais, o colegiado do BC destacou também que “movimentos intensos e abruptos de reprecificação de ativos podem ter efeitos negativos para os fluxos de investimentos para economias emergentes”.

Resiliência

Ainda assim, na ata da mais recente reunião do Comef, que passa agora a ser divulgada regularmente pelo BC, a avaliação do colegiado foi de que o sistema financeiro nacional segue resiliente e está bem preparado para lidar com o cenário adverso.

“O Comef avalia que o SFN mantém reservas robustas para fazer frente a essas incertezas graças ao aumento das provisões realizado pelas IFs (instituições financeiras), à melhora na capitalização e à restrição à distribuição de resultados em 2020”, diz a ata da reunião, realizada em 2 de março.

Sobre a piora das condições de captação, o BC destacou que os bancos poderão se adaptar às mudanças redefinindo estratégias de captação e de gestão de liquidez.

4. Gilmar Mendes inclui pedido de suspeição de Moro na pauta do STF nesta terça-feira

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pautar para esta terça-feira o julgamento do recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aponta suposta atuação parcial do ex-juiz Sérgio Moro nas ações da operação Lava Jato, informou o tribunal.

O recurso será analisado pela Segunda Turma e, se for aceito, anularia as provas colhidas pela Lava Jato contra Lula avalizadas pelo então magistrado responsável pela operação na Justiça Federal do Paraná.

Uma decisão da turma de considerar Moro suspeito teria uma amplitude maior do que a tomada na véspera pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, que considerou a Justiça Federal de Curitiba incompetente de julgar condenações e recebimento de denúncias do ex-presidente e determinou a remessa dos processos para a Justiça Federal do Distrito Federal.

Na questão do julgamento da suspeição pela turma, Moro poderá ser considerado parcial em ter autorizado a colheita de provas, tomada de depoimentos e homologação de delações premiadas, segundo fontes que acompanham o caso.

Se isso ocorrer, na prática, processos da Lava Jato contra Lula que tramitaram em Curitiba seriam totalmente anulados.

5. Perdas na bolsa chinesa testam limite de intervenção estatal

O rali de ações chinesas se transformou na maior onda vendedora global, o que chocou investidores pela forte reversão, apesar dos esforços do governo para desacelerar o ritmo de perdas.

Em apenas 14 sessões, o índice de referência do país CSI 300 despencou 14% em relação à máxima de 13 anos. A baixa se compara à queda de 3,3% do índice MSCI All-Country World.

O mergulho enxugou mais de US$ 1 trilhão da bolsa e afetou ações de investidores de varejo que acumularam posições no pico com a aposta de que o Ano Novo Lunar do Boi seria auspicioso. A intervenção estatal na terça-feira interrompeu brevemente as perdas, mas a queda continuou após a medida

Operadores agora se questionam sobre o limite, já que o CSI 300 está apenas a alguns dias de perdas antes de entrar em seu primeiro mercado baixista em dois anos. Também se perguntam se autoridades tomarão mais medidas para acalmar o mercado.

A interferência do estado se tornou menos óbvia desde 2018, quando o governo supostamente liquidou alguns fundos mútuos que havia lançado três anos antes para comprar ações durante um crash.

Mas o governo atua há muito tempo para garantir que os mercados financeiros da China sejam estáveis, especialmente em torno de eventos importantes. O Congresso Nacional do Povo em andamento, um evento observado de perto e que anuncia as prioridades políticas, é uma dessas ocasiões. A turbulência nos mercados durante o CNP é atípica.

A última vez que o CSI 300 perdeu mais de 1% durante o evento anual foi em 2014, e o ritmo atual de perdas seria o maior desde 2008.

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