O que está movimentando os mercados nesta tarde? Veja os destaques

1. Com tímida realização de lucros, Ibovespa caminha para nova alta semanal
A bolsa paulista abria com viés negativo nesta sexta-feira, com o cenário externo respaldando movimentos de realização de lucros no pregão brasileiro, que voltou a renovar máximas desde fevereiro na véspera.
Às 13h05 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 0,54%, a 114.504,38 pontos.
Na quinta-feira, o Ibovespa fechou acima dos 115 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro, reduzindo ainda mais a perda acumulada em 2020, com o ganho desde as mínimas do ano ultrapassando 85%.
Em Nova York, os futuros acionários caíam, com atraso em relação a pacote fiscal e aumento nas infecções por coronavírus minando o humor, mesmo após avanço na direção de autorização para uso emergencial de vacina para o vírus.
2. Dados sinalizam 4º trimestre de crescimento econômico elevado no Brasil
Os indicadores de atividade econômica do IBGE para outubro indicam um crescimento elevado para o quarto trimestre do ano, avaliou a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia nesta sexta-feira, reiterando expectativa de que o país terá um primeiro semestre de 2021 favorável, podendo prescindir do auxílio emergencial do governo.
Em nota, a SPE destacou que o desempenho positivo da indústria, comércio e serviços em outubro se deu a despeito da redução do valor do auxílio emergencial no período, o que indicaria que a economia está voltando à normalidade.
“Os indicadores coincidentes sugerem manutenção da trajetória de crescimento para o mês de novembro, reforçando as projeções apresentadas anteriormente pela SPE”, disse a secretaria, citando dados da produção de veículos, vendas no comércio em São Paulo e fluxo de rodovias com pedágios.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta manhã que o setor de serviços, o mais afetado pelas medidas de distanciamento social adotadas no enfrentamento à pandemia da Covid-19, teve alta de 1,7% em outubro sobre setembro — taxa mais elevada para o mês desde pelo menos 2011, início da série do IBGE, e acima do esperado por analistas.
A indústria cresceu 1,1% em outubro sobre o mês anterior e já está acima do patamar de fevereiro, antes do agravamento da pandemia, enquanto o comércio teve alta de 0,9%, contrariando expectativas de recuo.
3. BOE se arma para Brexit e apostas em corte de juros aumentam
Traders redobraram as apostas de que o Banco da Inglaterra irá cortar os juros para amenizar o impacto de um possível colapso das negociações comerciais pós-Brexit.
O presidente do BOE, Andrew Bailey, disse que o banco central tem muitas ferramentas em seu arsenal para lidar com potenciais turbulências.
Em discurso após a publicação da análise do BOE sobre a saúde do sistema financeiro, Bailey disse que o banco central tem uma variedade significativa de ferramentas que utilizaria se um Brexit turbulento causar muito estresse nos mercados. Investidores agora precificam quase que totalmente um corte de 10 pontos-base, para 0%, em junho.
As apostas em uma política mais frouxa aumentaram nesta semana diante do impasse nas negociações entre o Reino Unido e a União Europeia, o que levou o primeiro-ministro Boris Johnson a alertar sobre a “forte possibilidade” de que os dois lados não chegarão a um acordo comercial. Na segunda-feira, operadores ainda não projetavam um corte de 10 pontos-base ao longo de 2021.
A redução dos juros para 0% aumentaria o foco na revisão do BOE sobre a implementação de taxas negativas pela primeira vez.
4. Setor de serviços do Brasil cresce 1,7% em outubro, diz IBGE
O setor de serviços brasileiro iniciou o quarto trimestre com alta no volume pelo quinto mês seguido e acima do esperado, mas segue abaixo do nível pré-pandemia diante da dificuldade de recuperação após restrições adotadas para conter o coronavírus.
Em outubro, o volume de serviços apresentou aumento de 1,7% na comparação com o mês anterior, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em cinco meses de ganhos, o setor acumula ganho de 15,8%, mas o resultado ainda é insuficiente para compensar as perdas de 19,8% vistas entre fevereiro e maio, período que abrange o início da pandemia no país.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o volume apresentou queda de 7,4%, na oitava taxa negativa seguida nessa base de comparação.
O resultado mensal foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 1,0%, enquanto o dado anual ficou em linha.
Serviços, que tem importante peso sobre o Produto Interno Bruto do país, é o setor que vem apresentando as maiores dificuldades em recuperar as perdas da pandemia.
Amplamente dependente do contato presencial, o volume de serviços prestados ainda está 6,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020, de acordo com o IBGE.
5. Brasília em Off: o risco para o teto de gastos
Integrantes do Ministério da Economia apostam que a regra do teto de gastos só sobrevive até 2022. A avaliação é que se o ministro Paulo Guedes conseguir manter a principal âncora fiscal do país no próximo ano, ela se segura também no seguinte, quando a inflação usada para corrigir as despesas públicas será mais alta. Isso dará mais fôlego ao Orçamento.
Para o teto ficar de pé em 2023, o governo precisa desindexar gastos como propôs Guedes nas PECs do pacto federativo. O problema está em convencer o presidente Jair Bolsonaro, que resiste a qualquer medida nesse sentido — resistência que tende a aumentar com a aproximação do ano eleitoral. Um técnico da pasta prefere dizer que a regra do teto está “fora do horizonte relevante” a partir 2023.
Sem choro nem vela
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, comunicou a integrantes do Ministério da Economia que não vai aceitar de jeito nenhum que a meta fiscal de 2021 seja flexível.
Guedes queria tentar uma aproximação entre os técnicos da Secretaria de Fazenda e o time da Corte de Contas para explicar que a meta proposta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, variando de acordo com as receitas, não representa uma quebra no compromisso do governo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mas o recado foi que o governo terá que mudar se não quiser correr o risco de ter as contas de 2020 rejeitadas.
Meta
Diante do susto, os técnicos da Fazenda começaram a colocar os números sobre a mesa. O mais provável é que, com um crescimento de 3,2% para o PIB de 2021, como prevê a Secretaria de Política Econômica (SPE), seria possível definir a meta de resultado primário do ano que vem num déficit de R$ 230 bilhões, cerca de 3% do PIB. Em 2020, o rombo das contas públicas está projetado em 12,3% do PIB.