O que está movimentando os mercados nesta tarde? Veja os destaques

1. Ibovespa busca se manter acima de 118 mil pontos com ajuda externa
O Ibovespa buscava se sustentar acima dos 118 mil pontos nesta quinta-feira, com ações de mineração e siderurgia entre os destaques, beneficiado pelo clima favorável a ativos de risco no cenário externo, na esteira do otimismo sobre vacinas contra a Covid-19 e estímulos econômicos nos Estados Unidos.
Por volta das 13h, o Ibovespa subia 0,65 %, a 118.618,36 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 118.327,03 pontos. O volume financeiro era de 3,18 bilhões de reais.
“O momento segue favorável para ativos de risco, com a alta contínua das commodities e a promessa de liquidez abundante por um longo período pelos principais bancos centrais”, observou a equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.
Nos EUA, os futuros acionários subiam conforme parlamentares se aproximam de um pacote de estímulo de 900 bilhões de dólares, enquanto, na véspera, o Federal Reserve se comprometeu a continuar injetando recursos nos mercados até que a recuperação da economia norte-americana esteja garantida.
Também no exterior, após Reino Unido, EUA e outros países começarem a vacinar seus cidadãos, o ministro da Saúde da Alemanha afirmou que todos os países membros da União Europeia planejam iniciar vacinações contra a Covid-19 a partir de 27 de dezembro, o que reforçava o clima positivo.
Há expectativa de que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) faça um anúncio nesse sentido em 21 de dezembro.
A equipe da CM Capital Markets também chamou a atenção para o Relatório de Inflação do Banco Central, afirmando que a autoridade monetária apresentou expectativas ancoradas para a inflação de longo prazo.
No mesmo documento, o BC também piorou levemente projeção para o PIB de 2021.
2. Bolsonaro assina MP com crédito de R$ 20 bilhões para vacinação contra Covid-19
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira medida provisória que abre crédito extraordinário de 20 bilhões de reais para a vacinação contra a Covid-19 no Brasil, inclusive para a compra de imunizantes.
A MP, anunciada pelo governo na semana passada, foi assinada durante a cerimônia de posse de Gilson Machado como novo ministro do Turismo.
Os recursos devem ser usados para comprar imunizantes para além do contrato já feito com a AstraZeneca, na parceria com a Fundação Osvaldo Cruz. Entre eles, os medicamentos da Pfizer, com quem o governo negocia a aquisição de 70 milhões de doses.
3. Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA têm nova alta
O número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego pela primeira vez subiu inesperadamente na semana passada, já que um aumento implacável nas novas infecções por Covid-19 atrapalhou as operações empresariais, oferecendo mais evidências de que a recuperação da economia diante da recessão pandêmica está vacilando.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 885 mil em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 12 de dezembro, em comparação com 862 mil na semana anterior, disse o Departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta-feira.
4. Banco Central britânico mantém estímulo enquanto aguarda definição sobre Brexit
O banco central britânico manteve seu programa de estímulo nesta quinta-feira conforme aguarda o resultado das negociações do Reino Unido com a União Europeia sobre um acordo comercial, e afirmou que vai tolerar inflação temporariamente mais alta se a libra cair após um Brexit sem acordo.
O Banco da Inglaterra deixou inalterado seu programa de compra de títulos em 895 bilhões de libras (1,2 trilhão de dólares), depois de tê-lo elevado em 150 bilhões de libras no mês passado.
O banco central também manteve a taxa de juros básica na mínima histórica de 0,1%.
Londres e Bruxas ainda tenta evitar o choque de tarifas de importação sobre o comércio a partir de 1 de janeiro.
O Banco da Inglaterra afirmou estar pronto para aceitar a inflação acima de sua meta de 2% se um Brexit sem acordo fizer com que a libra caia acentuadamente.
“Em comparação com períodos anteriores em que resultados de um Brexit sem negociação era possível, a economia estava largando de uma posição mais fraca com maior capacidade ociosa, elevando a tolerância do Comitê para uma inflação temporária mais alta”, disse o banco central após reunião do Comitê de Política Monetária.
“Será importante garantir que as expectativas de inflação de médio prazo permaneçam bem ancoradas.”
O Banco da Inglaterra disse que planeja manter o ritmo de suas compras de títulos do governo no início de 2021, mas reiterou que pode agir mais rapidamente se os mercados voltarem ao tipo de caos visto em março, quando a pandemia de Covid-19 assolou o mundo.
5. Banco Central passa a ver menos crescimento em 2021 com lentidão na retomada do emprego e da normalidade
O Banco Central piorou levemente sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 a um crescimento de 3,8%, ressaltando que a revisão reflete expectativa de antecipação da recuperação esperada para este ano, além de uma retomada mais lenta no mercado de trabalho e na volta à normalidade após as restrições impostas pela pandemia do coronavírus.
A perspectiva, publicada no Relatório Trimestral de Inflação nesta quinta-feira, vem após alta de 3,9% calculada em setembro para o PIB do próximo ano.
O BC frisou, mais uma vez, que suas estimativas foram feitas sob “incerteza acima da usual sobre o ritmo de crescimento da economia“, sendo novamente condicionadas ao arrefecimento gradual da crise sanitária, à manutenção do regime fiscal e ao cenário de continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira.
“Essa mudança embute elevação do carregamento estatístico após a revisão das projeções para 2020 e perspectiva de menores taxas trimestrais de variação do que previsto no Relatório de Inflação de setembro”, disse o BC.
“Em parte, essa revisão reflete a antecipação da recuperação econômica esperada, ao menos para alguns setores e componentes da demanda, para o ano de 2020.