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O que está por trás do novo rebaixamento da Braskem (BRKM5)

30 dez 2025, 14:37 - atualizado em 30 dez 2025, 14:37
braskem
Fitch rebaixa rating da Braskem e vê risco elevado de não pagamento de juros em 2026, com possibilidade de reestruturação da dívida. (Imagem: Divulgação/Braskem)

A Fitch Ratings rebaixou os ratings de inadimplência de longo prazo da Braskem (BRKM5) em moeda local e estrangeira para “CC”, aprofundando o alerta sobre a situação financeira da maior petroquímica da América Latina.

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Conforme o relatório, a decisão reflete a incerteza da agência quanto à capacidade — e à disposição — da companhia de honrar compromissos de dívida no curto prazo, especialmente os pagamentos de juros previstos para janeiro de 2026.

Segundo a Fitch, a Braskem terá de enfrentar um volume concentrado de cerca de US$ 130 milhões em cupons ao longo de janeiro, relacionados a diferentes séries de bonds com vencimentos entre 2028 e 2081. Embora a empresa tenha informado caixa de US$ 1,3 bilhão ao fim de setembro de 2025 e tenha sacado integralmente uma linha de crédito standby de US$ 1 bilhão em outubro, a agência avalia que a dependência crescente de liquidez em balanço e de linhas bancárias evidencia um aperto relevante na flexibilidade financeira.

Para a Fitch, a concentração desses pagamentos eleva de forma material o risco de não pagamento no curto prazo. A agência afirma ter visibilidade limitada sobre a capacidade da Braskem de cumprir integralmente e dentro do prazo essas obrigações sem a apresentação de um plano de financiamento considerado crível e executável.

Além disso, o rebaixamento incorpora o aumento do risco de uma reestruturação da dívida. Em um cenário de spreads petroquímicos ainda pressionados e geração de caixa operacional fraca, a Braskem precisaria manter acesso contínuo a bancos ou ao mercado de capitais para evitar uma reestruturação. Nesse contexto, a contratação de assessores financeiros pela companhia é vista pela Fitch como um possível sinal de medidas iminentes envolvendo a dívida, que podem ser desfavoráveis aos detentores de títulos.

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A agência também reduziu para “CC” os ratings dos títulos seniores não garantidos emitidos pela Braskem America Finance Company e pela Braskem Netherlands Finance B.V., mantendo o rating de recuperação em “RR4”. Já os papéis subordinados da subsidiária holandesa tiveram o rating rebaixado para “C”, com recuperação estimada em “RR6”.

O relatório ressalta que os ratings da Braskem refletem um risco elevado de refinanciamento e uma pressão severa de liquidez, em meio a um ciclo petroquímico prolongadamente desfavorável e a um acesso mais restrito a crédito. A dívida total da companhia somava R$ 47,5 bilhões (US$ 8,4 bilhões) em setembro de 2025, enquanto a Fitch projeta fluxo de caixa livre negativo nos próximos trimestres, o que pode corroer ainda mais a posição de liquidez.

A Fitch informou ainda que irá avaliar a estrutura final de capital, o financiamento e a governança da Braskem caso avance a proposta de aquisição da participação acionária hoje detida pela Novonor por um fundo assessorado pela gestora IG4.

No horizonte próximo, a agência não enxerga espaço para uma melhora do rating, diante do nível elevado de alavancagem. Ainda assim, pondera que a obtenção de recursos capazes de estabilizar a liquidez poderia abrir caminho para uma revisão positiva no futuro.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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