O que fez a XP elevar o BTG Pactual (BPAC11) para compra e aumentar quase R$ 30 no preço-alvo; ações sobem forte na B3
As ações do BTG Pactual (BPAC11) despontam entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (28), em dia de recordes.
Por volta de 12h15 (horário de Brasília), a BPAC11 tinha alta de 2,01%, a R$ 53,72, sendo a quinta maior alta do Ibovespa. Na primeira hora do pregão, as units chegaram a liderar a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira com avanço de 2,81% (R$ 54,14). Acompanhe o Tempo Real.
Parte do que impulsiona a ação é a revisão positiva da XP sobre o banco. A corretora elevou a recomendação das ações de neutra para compra.
A XP também atualizou o preço-alvo dos papéis de R$ 36 para R$ 63 no final de 2026 – o que representa um potencial de valorização de 19,6% sobre o preço de fechamento de ontem (27).
Em relatório divulgado hoje, os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães avaliam que o banco de investimentos tem apresentado um crescimento consistente de lucros nos últimos trimestres, mesmo em um ciclo “fraco” do mercado de capitais.
“Apesar de um ano ainda abaixo do ideal em termos de atividade de Investment Banking, o BTG continuou entregando crescimento de lucros superior a 30% no ano contra ano, impulsionado por escala e diversificação”, afirmaram os analistas.
A dupla também destaca que a eficiência atingiu níveis recordes, “mostrando que o BTG está expandindo receitas sem inflar custos de forma significativa — uma mudança estrutural chave na qualidade da rentabilidade que impulsiona os níveis de ROE”.
No terceiro trimestre (3T25), o BTG Pactual registrou lucro líquido ajustado recorde de R$ 4,5 bilhões, alta de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. O ROE, que mede o retorno sobre o patrimônio líquido, ficou em 28,1% no ano, salto de mais de quatro pontos percentuais — superando o Itaú (ITUB4).
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Os destaques do BTG Pactual, segundo a XP
Os analistas da XP chamaram a atenção para a expansão do ecossistema do banco de investimentos.
“Os investimentos contínuos do BTG em expansão geográfica – Europa e Estados Unidos – e em novas verticais como BTG Pay e Sertrading buscam ampliar os mercados endereçáveis e melhorar as métricas de retenção de clientes”, afirmaram.
“À medida que a competição se intensifica, esses movimentos deixam de ser diferenciais para se tornarem imperativos estratégicos, garantindo que o BTG permaneça posicionado como a plataforma preferida para clientes corporativos, institucionais e privados”, acrescentaram em relatório.
Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães ainda destacaram que a gestão continua afirmando que várias linhas de negócio ainda estão no começo da sua “curva J”.
“Concordamos. A carteira de Corporate Lending do BTG, de R$ 275 bilhões, representa menos de 5% do mercado total brasileiro, sugerindo amplo espaço para crescimento. De forma semelhante, as plataformas de Asset e Wealth Management do banco continuam ganhando participação de mercado em ritmo forte, apoiadas pelo cross-sell do Investment Banking e por uma base crescente de clientes de alta renda.”
Para eles, o efeito flywheel (estratégia com foco no cliente) entre esses segmentos reforça a sustentabilidade da expansão dos lucros no médio prazo.
Os analistas também têm “maior convicção” na sustentabilidade do ROE acima de 30% nos próximos resultados.
Por que comprar BPAC11 agora?
Para a XP, a combinação do momentum dos lucros, balanço resiliente e modelo de negócios escalável é “suficiente” para justificar múltiplos mais altos e apoiar a recomendação de compra das ações BPAC11.
Nas contas da XP, os múltiplos atuais do banco são justificados pela rentabilidade acima da média. Com a revisão, os analistas projetam o BTG Pactual em 10,1x P/L para 2026 e 2,5x P/VPA para 2026, com um ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Médio) terminal acima de 30%.
Eles ainda observam que o spread de múltiplos não acompanhou a diferença de ROE em relação ao Itaú (ITUB4), outro banco de qualidade no setor.
“Além disso, considerando o potencial de crescimento do banco pelo índice PEG, ainda vemos uma boa assimetria a ser capturada”, escreveram os analistas.
Segundo os analistas da XP, as ações BPAC11 valorizaram cerca de 60% desde a última atualização do modelo da corretora, superando “significativamente” o Ibovespa. O benchmark acumula alta de cerca de 30% desde janeiro.