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O que o Brasil precisa aprender com os EUA, segundo fundador da 3tentos (TTEN3)

22 maio 2025, 12:44 - atualizado em 22 maio 2025, 12:44
biodiesel 3tentos tten3
(Foto: Divulgação)

O executive chairman e fundador da 3tentos (TTEN3), Luiz Dumoncel, marcou presença no painel “Cenário Atual e os Impactos no Setor de Biocombustíveis” do AgroForum Cuiabá, evento realizado pelo BTG Pactual.

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Dumoncel destacou as oportunidades no mercado de biocombustíveis, mas comentou a necessidade de avançar com regulamentações, apesar de reforçar a importância do marco do Combustível do Futuro.

“O combustível do futuro, a partir da mistura obrigatória para biodiesel e etanol, e os aumentos previstos, nos dá capacidade de fazer previsões, planejar e investir. Um planejamento que vem desde a lavoura. Não podemos perder o foco de produzir mais com melhor qualidade. Não precisamos desmatar nada, apenas aproveitar áreas degradas”, disse, em referência aos espaços que já são explorados pela atividade humana.

Com o avanço do debate, o fundador da 3tentos passou a traçar alguns paralelos entre Brasil e Estados Unidos.

“O Brasil produz 9,7 bilhões de litros de biodiesel e consome 8,96 bilhões de litros, enquanto os EUA produzem e consomem todo seu volume de 19 bilhões de litros de biodiesel e HVO (diesel verde renovável). No milho, eles produzem 400 milhões de toneladas e processam 134 milhões. Por aqui, produzimos 130 milhões de toneladas e processamos apenas 18 milhões. 37% de uso nos EUA e 13% aqui no Brasil”

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Segundo ele, o debate não é sobre tomar espaço do etanol de cana-de-açúcar, e sim produzir mais, o que trará alimentos mais baratos.

“Os EUA contam com 118 milhões de toneladas de soja e já produzem 19 bilhões de litros de biodiesel e HVO. O Brasil conta com 170 milhões de toneladas de soja e destina 25 milhões de toneladas para biodiesel. Nós fazemos o crush (esmagamento) de 60 milhões e o óleo desses 25 milhões vai para o biodiesel. O mercado está aqui na nossa frente, e nós ainda não entramos em combustível marítimo e rotas do SAF. Esse é o caminho. O biodiesel emite 82% menos do que o diesel fóssil. E a consolidação desse mercado vai acontecer naturalmente“, completou.

A necessidade de avanços no mercado de carnes

Outro tema que o fundador da 3tentos vê com preocupação, mas ressaltou o grande espaço para oportunidades fica por conta das carnes. 

“O Brasil conta com 220 milhões de cabeças de gado, temos o maior rebanho comercial do mundo, e produzimos a mesma quantidade de carne por ano que os EUA, que conta com 94 milhões de toneladas. Temos muita ineficiência, esse é um problema, mas também é uma grande oportunidade. E aí entra o farelo de soja e principalmente o DDG (grãos secos de destilaria), onde nós vamos realizar esse avanço para crescer em produção”.

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O painel também contou com Tiago Stefanello, presidente da Evermat S.A, e José Fernando Mazuca Filho, diretor-presidente da UISA.

Entre os temas mais relevantes mencionados, os líderes comentaram a necessidade de avanços regulatórios no mercado, a importância dos subprodutos e como a retomada da Petrobras (PETR4) em projetos do setor seria positiva para o Brasil, seja na parte de avanço de agendas e regulação.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.