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O que saída de Trajano da lista de bilionários da Forbes diz sobre investir no Magazine Luiza (MGLU3)?

23 jun 2022, 11:30 - atualizado em 23 jun 2022, 11:30
luiza trajano
A controladora do Magazine Luiza, Luiza Trajano, saiu da lista de bilionários da Forbes neste mês (Imagem: Reprodução Twitter/NYSE)

Luiza Trajano, controladora do Magazine Luiza (MGLU3), saiu da lista de bilionários da Forbes neste mês. Segundo a publicação, a empresária, que já chegou a acumular US$ 5,6 bilhões, está vendo a sua fortuna cair desde meados de 2021.

Sua saída do ranking de bilionários acontece depois de uma queda nas ações do Magalu, que interferiu em seu patrimônio.

Em um ano, os papéis do varejista despencaram quase 90%. No acumulado de 2022, as ações apresentam perdas de 63,2%.

A companhia faz parte de um dos setores mais penalizados na Bolsa, destaca a XP Investimentos. A corretora menciona que o setor de e-commerce é afetado pela deterioração macro, com uma inflação mais persistente que o projetado, além do conflito entre Rússia e Ucrânia e da continuidade de lockdowns na China.

O poder de compra do brasileiro tem sentido uma forte redução, o que, aliado a um cenário de forte alta de juros, resulta em uma demanda altamente fragilizada para bens de consumo, diz a XP.

“Também pesam para o setor o aumento do custo de capital e da competição e a mudança do foco do mercado”, completa a corretora.

A saída de Trajano do ranking de bilionários teve grande repercussão. Porém, outros empresários também viram suas fortunas encolherem para abaixo de US$ 1 bilhão.

Também saem da lista Rubens Menin, co-fundador e CEO da construtora MRV (MRVE3), e os irmãos Jorge Koren de Lima e Candido Koren de Lima Jr, que integram o conselho da Hapvida (HAPV3) e são filhos do fundador da companhia.

Assim como Trajano, os empresários deixaram o ranking após a queda das ações de suas respectivas empresas.

Vale a pena investir no Magalu?

No momento, os analistas de varejo da XP têm recomendação neutra para os papéis do Magalu – e para todos os papéis do setor -, pois veem um cenário macro ainda desafiador pela frente.

“Tanto do ponto de vista de inflação (que deve se manter próxima a patamar de duplo dígito ao longo do ano), como de taxa de juros (com pelo menos mais uma alta esperada no Brasil e um ciclo ainda por vir nos EUA)”, destacam.

No primeiro trimestre de 2022, o Magazine Luiza apresentou resultados mistos, com o crescimento pressionado pelo cenário macro e a queima de caixa, enquanto a rentabilidade apresentou sinais de melhora.

Para a XP, os papéis da MRV estão descontados

Segundo o analista Ygor Altero, com a inflação desafiadora e os juros altos, a maioria das empresas do setor de construção civil teve dificuldade em repassar os preços, dado o poder de compra mais limitado do consumidor.

No entanto, para a MRV, a dinâmica de custos mais desafiadora dentro do programa Casa Verde e Amarela (CVA) aumentou, principalmente, a dificuldade na operação dos pequenos operadores, que tem uma participação relevante no programa.

“Isso, consequentemente, deve diminuir a competição dentro do segmento”, pontua Altero. O analista acredita que a MRV deve se beneficiar ganhando participação dentro do CVA.

“Além disso, a AHS (subsidiária norte-americana da MRV) tem demonstrado uma performance positiva, o que tem apoiado os resultados da companhia”, diz.

O time de análise da XP vê as ações da MRV descontadas e tem recomendação de compra para a empresa, com preço-alvo de R$ 19.

XP recomenda compra dos papéis da Hapvida

A Hapvida apresentou resultado abaixo do esperado pela XP no primeiro trimestre do ano, com lucro líquido ajustado de R$ 78 milhões. Na análise de balanço da empresa, os especialistas da corretora apontaram que o crescimento orgânico ainda é um problema.

A elevada sinistralidade também contribuiu para os dados negativos. O indicador continua pressionado por custos relacionados à Covid-19, aquisições e reajuste negativo de preços dos planos individuais.

Porém, a visão da XP continua positiva para a Hapvida. Para o analista Rafael Barros, “a fusão com o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI) deve criar sinergias consideráveis”.

A recomendação da XP para os papéis é de compra.

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Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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