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O impulso para entressafra da soja; ‘Temos as melhores cartas do baralho em meio a guerra comercial China-EUA’

09 abr 2025, 19:09 - atualizado em 14 abr 2025, 15:36
Soja entressafra tecnoshow EUA china
(iStock.com/Erich Saco)

Os preços da soja contam com uma perspectiva favorável na entressafra, com possibilidade de valorização dos preços (base Paranaguá-PR) entre R$ 14 – R$ 15. A análise é de Filipe Kalikoski, engenheiro agrônomo e analista econômico do Sicredi, em palestra na Tecnoshow Comigo.

“Historicamente, a entressafra é melhor que pico de safra em termos de preços, mas esse ano em específico eu vejo com muito bons olhos. Por quê? Porque o Brasil já teve uma quebra na safra do Sul, a Argentina quebrou também, e a China precisa comprar essa soja e não vai conseguir da americana se o Trump manter as tarifas. Eu diria que a gente tirou as melhores cartas do baralho”, explica.

Kalikoski lembra que em 2018, no primeiro mandato de Trump, quando o presidente realizou a primeira guerra comercial entre EUA e China, com tarifas implementadas pelos norte-americanos e retaliações por parte dos chineses, os preços da soja dos EUA encareceram, o que transferiu a demanda chinesa para o Brasil.

Naquele ano, a participação da China nas exportações de soja dos EUA despencou de 60% para 18%, enquanto a do Brasil atingiu 82%. “Esse efeito de redirecionamento da demanda é um fator decisivo para os prêmios brasileiros da soja, um dos três fatores que compõem o preço da oleaginosa no país, junto da cotação na CBOT (Bolsa de Chicago) e o câmbio”.

Em 2018, quando as tarifas foram impostas, o preço da soja nos EUA (medido no Golfo) despencou, enquanto o preço da soja brasileira (no Porto de Paranaguá) subiu.

Para o futuro próximo, o analista projeta uma estabilidade no mercado da soja na Bolsa de Chicago, com preços variando entre US$ 10- US$ 10,50 por bushel. Quanto ao câmbio, o analista cita projeções entre R$ 5,85 – 5,95 por dólar até 2026, mas ressalta que é difícil prever o direcionamento da moeda.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.