Opinião

O triplo desafio da economia brasileira

02 dez 2016, 19:00 - atualizado em 11 set 2019, 16:57

Gabriel Merheb Petrus é diretor executivo da ICC Brazil na International Chamber of Commerce

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Não foi apenas o PIB.

Nesta semana, o ranking Enabling Trade Index  – que avalia em que medida as economias de mercado tem promovido o livre comércio – revelou que o Brasil caiu 13 posições em relação ao balanço de 2014-15, figurando em 110º lugar.

O indicador com piora mais significativa é o foreign market access. Ele considera as tarifas às quais estão sujeitos os exportadores e produtos brasileiros no exterior, bem como possíveis margens de preferência em razão de acordos bilaterais ou regionais. Estamos perdendo espaço:

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A queda no ranking não significa, necessariamente, que o Brasil tenha se tornado [ainda mais] protecionista no período. Mas revela dimensão igualmente preocupante na estratégia de inserção internacional do país: que outros países tem tido habilidade em avançar de forma muito mais célere e consistente, a exemplo do que revela o protagonismo de muitos deles em negociações como o TPP, o TTIP e a Aliança do Pacífico.

Nesta quadra histórica, o Brasil enfrenta um triplo desafio: 

  • Superar os gargalos pré-crise: déficit de infra-estrutura, complexidade tributária, e baixo investimento em capacitação e inovação.
  • Repactuar a relação Estado-sociedade, tanto na dimensão da transparência (combate à corrupção) quanto das finanças públicas (reforma fiscal e eficiência do gasto público).
  • Preparar-se rapidamente para competir no mundo novo, em que economias mais desenvolvidas protagonizam a definição dos padrões da manufatura avançada, redesenhando de forma célere as cadeias globais de valor.

Sob o risco de ficar para trás, o Brasil precisa estar atento às melhores práticas adotadas pelas outras economias. Mais do que nunca, a base de comparação de qualquer medida econômica deve ser sempre internacional, sob pena do país perder competitividade de forma exponencial.

Rankings internacionais podem estimular formuladores de políticas públicas a identificar em que áreas o país precisa melhorar prioritariamente e, sobretudo, em que velocidade as reformas precisar ser adotadas. Aceleremos.

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*Enabling Trade Index é um estudo da Global Alliance for Trade Facilitation Alliance (da qual a ICC é co-chair) e do World Economic Forum.

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