Tecnologia

Óculos da Meta travam em plena estreia e Zuckerberg culpa o Wi-Fi — mas a história é outra

25 set 2025, 9:28 - atualizado em 25 set 2025, 9:28
mark zuckerberg
Mark Zuckerberg

A expectativa era grande para um momento histórico na tecnologia: Mark Zuckerberg no palco do Meta Connect 2025, usando óculos escuros e com postura segura, como se estivesse prestes a revelar uma revolução digital. O destaque foi o Ray-Ban Display, a mais recente criação da parceria entre a Meta e a marca tradicional que transformou os óculos em um ícone pop.

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A promessa era clara: um dispositivo capaz de revolucionar a forma como interagimos com informações. Nada mais de telas nas mãos ou vozes robóticas saindo de alto-falantes; o futuro, segundo a Meta, estaria diretamente diante dos olhos.

Sobre os Ray-Ban Display

Os óculos contam com uma viseira embutida na lente lateral, projetada para mostrar de maneira discreta notificações, mensagens e até traduções em tempo real.

O pacote traz ainda a Banda Neural, uma pulseira que capta sinais musculares no pulso, permitindo que comandos como atender chamadas ou digitar mensagens sejam feitos por pequenos movimentos dos dedos.

Tratando-se de tecnologia que parece saída de uma ficção científica, Zuckerberg insistiu em se posicionar como uma inovação iminente. A meta da empresa é simples: levar ao rosto dos usuários a mesma revolução que os smartphones causaram nas mãos.

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Se funcionar como esperado, o Ray-Ban Display pode se tornar o “iPhone dos dispositivos wearables”.

A demonstração problemática

No entanto, o que se viu no palco foi bem diferente do esperado. A confusão começou quando o chef e influenciador Jack Mancuso tentou usar os óculos durante uma demonstração de culinária ao vivo.

Bastava um “Hey Meta, start Live AI” para que fosse exibido a receita, mas os óculos responderam que “já tinham os ingredientes misturados”, sem que o comando tivesse sido dado.

Mancuso tentou novamente, perguntando “o que faço primeiro?”, mas a inteligência artificial silenciosamente, como um cozinheiro distraído.

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Depois, Zuckerberg assumiu para exibir o recurso de chamadas de vídeo via WhatsApp. O som da chamada ecoou pelo auditório, mas a imagem jamais apareceu no visor. Ele tentou repetir a ação várias vezes, sem sucesso, até desistir, enquanto a plateia reagia com risos constrangidos.

Na hora, a explicação oficial foi a instabilidade do Wi-Fi.

A verdadeira causa

Dias depois, o CTO da Meta, Andrew Bosworth, admitiu a causa real dos problemas. No caso da demonstração na cozinha, a frase de ativação acabou acionando todos os óculos apresentados simultaneamente, sobrecarregando o servidor de desenvolvimento que recebeu o tráfego e resultou na falha.

Quanto à chamada de vídeo, a falha foi causada por um bug raro de sincronização: o visor entrou no modo de sono justamente quando a notificação chegou, e ao “acordar” era tarde demais para exibir a chamada.

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Portanto, não se tratou de problema de rede. O que se viu foi o produto mostrando seus limites e evidenciando que, por enquanto, ainda não está preparado para brilhar em uma apresentação global.

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Repórter
Jornalista com especialização em Gestão de Mídias Digitais. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro.
isabelle.miranda@seudinheiro.com
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