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Oi (OIBR3): A ação para surfar com a recuperação da tele

10 fev 2022, 10:36 - atualizado em 10 fev 2022, 11:58
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XP diz que, apenas com as sinergias de custo, preço-alvo para TIM aumentaria de R$ 21 para R$ 24 (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

A aprovação da venda da unidade móvel da Oi (OIBR3) pelo Cade levou a XP Investimentos a emitir um relatório destacando a empresa que será mais beneficiada com a aquisição: a TIM (TIMS3).

Para os analistas da corretora, caso a transação seja aprovada sem nenhum condicionante mais restritivo por parte dos reguladores, a transação tem potencial de aumentar a geração de caixa da TIM em cerca de 31%.

“Assumindo uma premissa mais conservadora, apenas com as sinergias de custo a geração de caixa da TIM poderia aumentar em aproximadamente 20%”, diz trecho do relatório assinado por Bernardo Guttmann e Marco Nardini.

A XP diz que ainda não incorporou os números em seu modelo, mas, apenas com as sinergias de custo, o preço-alvo para TIM aumentaria de R$ 21 para R$ 24 – o papel hoje é negociado na faixa de R$ 14,09.

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Venda do ativo da Oi (OIBR3)

Em recuperação judicial, a Oi vendeu suas operações móveis em leilão em dezembro de 2020 para TIM,  Vivo e Claro, que dividiram suas operações em basicamente três ativos: spectrum, base de clientes e torres.

A divisão endereçada pelo consórcio tinha como objetivo tornar a operação mais suscetível a aprovação pelos reguladores, endereçando uma dispersão maior em termos de participação de mercado nas diferentes regiões, além de uma equiparação maior do spectrum disponível.

Como a TIM é a menor dentre as três, a companhia absorverá a maior quantidade de clientes e de spectrum. A empresa deverá ficar com 40% dos 39 milhões de clientes da Oi Móvel, 54% do total de rádio frequências e 49% dos Sites da cia.

A TIM desembolsará cerca de R$ 7,3 bilhões, equivalente a 44% do pagamento de R$ 16,5 bilhões que será feito à Oi.

A XP destaca que com a aquisição a TIM endereçará sua restrição de espectro reduzindo o seu gap histórico de frequências.

Espectros são ativos estratégicos, escassos, que possibilitam que as companhias tenham capacidade e consigam endereçar de forma eficiente seus investimentos para fazer frente a demanda crescente por dados.

“Após incorporar os espectros da Oi, a TIM terá uma posição competitiva muito sólida com um indicador de Espectro por cliente bastante confortável e superior a seus concorrentes”, disseram os analistas da corretora.

Nova TIM

Para a XP, a integração dos ativos da Oi transformará a TIM em termos de tamanho e rentabilidade.

“Como a operadora não comprará uma empresa e sim ativos de infraestrutura e base de clientes, a companhia não incorporará alguns custos como funcionários e lojas”, diz.

Com isso, diz a XP, os custos para atender a nova base de clientes serão marginais.

A corretora estima que a TIM fique com 40% da receita, isso seria equivalente a R$ 2,6 bilhões. Com isso, segundo a XP, a empresa entregaria uma margem de 70%, chegando em uma geração de caixa adicional de R$ 1,8 bilhões por ano.

“Adicionalmente, acreditamos que a aquisição da Oi Móvel e a consolidação de quatro para três players trará um ambiente competitivo mais racional”, disse.

Segundo a XP, com a incorporação dos atuais clientes da Oi pelas três operadoras, haverá uma diminuição considerável no churn dos clientes e um ambiente menos agressivo em termos de oferta.

“Estimamos uma geração de caixa adicional de R$ 700 milhões por ano em função de sinergias de receita”, afirmam os analistas em relatório.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.