Oi (OIBR3) à beira da falência? Justiça concede antecipação parcial e determina afastamento de diretoria

A Justiça interveio no processo de recuperação judicial (RJ) da Oi (OIBR3), com o afastamento da atual diretoria e a suspensão, por 30 dias, das cobranças de dívidas que surgiram após o pedido de RJ. Houve ainda a nomeação de Bruno Rezende e Tatiana Binato para conduzir a transição dos serviços públicos prestados pela companhia e para intervir na gestão de parte das empresas do grupo.
A decisão do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro antecipa parcialmente a falência da Oi. Ainda que, na prática, o estado de falência não esteja imediatamente decretado, as decisões tomadas pela Justiça são parte da antecipação.
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Os nomes indicados, atuarão como gestores responsáveis pela manutenção das operações. Segundo a decisão, Bruno Rezendeficará encarregado de “trazer a este Juízo toda e qualquer operação realizada pela empresa que importe em oneração ou alienação de seu patrimônio”.
Já Tatiana Binato será responsável pela gestão e transição de subsidiárias da Oi a outros prestadores de serviços.
Entre as razões para o afastamento da diretoria, está o chamado “esvaziamento patrimonial”, incluindo a contratação de profissionais de alto custo, como advogados para conduzir a recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), que a companhia pretendia realizar.
O estado da Oi
Há anos, a empresa passa por dificuldades financeiras e, mesmo com a venda de ativos, não conseguiuse recuperar, com suas ações caindo abaixo de R$ 1. Vale lembrar que a atual é a segunda recuperação judicial da empresa de telecomunicações.
No segundo trimestre deste ano, o prejuízo líquido da Oi atingiu R$ 835 milhões, uma reversão do lucro de R$ 15 bilhões de um ano antes, quando houve ganho de natureza contábil.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia foi negativo em R$ 91 milhões, uma perda 8,6% maior do que a registrada no mesmo período de 2024.
A receita líquida somou R$ 714 milhões no trimestre, queda de 66,7% em relação ao ano anterior. Já os custos e despesas totalizaram R$ 804 milhões, recuo de 63,9% na mesma base de comparação.
A dívida líquida da companhia subiu para R$ 10 bilhões, alta de 50,9% frente ao 2T24. O caixa ao fim do trimestre foi de R$ 1,1 bilhão, representando uma queda de 39,8% ante o 2T24. O fluxo de caixa foi negativo em R$ 139 milhões.