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Brasil é reconhecido como livre de aftosa sem vacinação; o que muda para carnes?

29 maio 2025, 9:24 - atualizado em 29 maio 2025, 10:35
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O reconhecimento internacional de país livre de febre aftosa, sem vacinação, reforça o compromisso do setor agropecuário. (Foto: CNA)

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu nesta quinta-feira (29) o Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento, que aconteceu durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OMSA, em Paris, permite que o Brasil venda carne a destinos mais exigentes e que pagam mais caro pela proteína.

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, comemorou o que chamou de conquista histórica para os produtores rurais e para todos os brasileiros. A doença atinge animais como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos.

O vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, estiveram na sessão da OMSA na capital francesa.

Fernando Iglesias, analistas de proteína animal na Safras & Mercado, explica que “muitas portas se abrem ao Brasil” a partir do reconhecimento.

“Isso vai permitir que a gente exporte principalmente para Japão e Coréia do Sul, que são muito exigentes quanto ao produto que chega por lá. Dessa forma, o reconhecimento contribui muito para vendas de carne bovina do Brasil no mercado internacional.

Iglesias comenta que esse é um selo de qualidade a mais para nossa carne, e que o país pode conseguir contratos melhores e alavancar suas vendas.

“Uma notícia muito positiva, mas que gera um desafio grande. As defesas agropecuárias precisam redobrar a fiscalização e ter uma vigilância perene para nosso mercado, porque a nossa área de fronteira é muito grande e qualquer problema sanitário pode levar a embargos”.

Para o vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira, o reconhecimento é um passo importante para a pecuária nacional e traz ainda mais responsabilidades para o setor público, privado e, principalmente, para os produtores rurais, que são os verdadeiros protagonistas desse avanço.

“Todo o setor de carne se beneficia desse progresso. Temos que cuidar do nosso rebanho ainda mais. O mercado internacional exige quantidade, rapidez e qualidade no fornecimento dos alimentos”, afirmou Gedeão.

Já a senadora Tereza Cristina destacou que a conquista do certificado vem sendo construída com muitas mãos ao longo dos anos e agradeceu a todos os envolvidos no processo de erradicação e vigilância da febre aftosa.

Tereza Cristina reforçou a necessidade de continuar trabalhando para manutenção do status declarado pela OMSA. “Os produtores rurais conquistam um status diferente, podendo acessar mercados mais exigentes, que pagam mais pela carne e que, sem esse status, não poderiam ser alcançados”

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A ação conjunta do Estado e do setor para carnes

O reconhecimento internacional de país livre de febre aftosa, sem vacinação, reforça o compromisso do setor agropecuário, dos produtores rurais, com relação à sanidade de seus rebanhos e com a qualidade dos produtos ofertados aos mercados compradores.

E, para a CNA, é fruto de um esforço conjunto de anos entre o Estado e o setor privado e de ações coordenadas para a retirada gradual da vacina, de acordo com o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).

O processo de retirada da vacinação foi conduzido de forma segura, com base na evolução dos estados com relação ao cumprimento de requisitos mínimos. Durante os cerca de dez anos de execução do PNEFA foram realizados estudos soroepidemiológicos que apontaram para a não circulação do vírus no país.

A realização desses estudos é condição obrigatória para a solicitação de reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação junto à Organização Mundial da Saúde Animal.

Apesar de retirar a vacina, o Brasil continuará com as ações de vigilância e controle sanitário do rebanho. Para a CNA, é fundamental o papel dos pecuaristas e seus colaboradores, que estão na linha de frente e têm a responsabilidade de notificar o Serviço Veterinário Oficial (SVO).

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.