Oncoclínicas (ONCO3): Ações sobem até 8% após projeções; BBI mantém recomendação de ‘venda’

Parte dos investidores se animou com o norte dado pela Oncoclínicas (ONCO3) sobre seu futuro. A companhia divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos trimestres e anos de 2026 e 2027 e as ações reagem positivamente no pregão desta quinta-feira (2)
Por volta de 12h (horário de Brasília), as ações da Oncoclínicas subiam 4,12%, cotadas a R$ 3,54. Na máxima do dia, ONCO3 chegou a saltar 8,82%. Acompanhe o tempo real.
Além dos números, a companhia anunciou o distrato de um contrato de locação que pode trazer uma economia de até R$ 300 milhões.
O Bradesco BBI avalia a notícia como mista a ligeiramente positiva devido à forte recuperação da margem Ebitda no curto prazo, de 8,3% no segundo trimestre de 2025 para 15,4% no terceiro trimestre, apesar das margens negativas para os hospitais excluídas das projeções apenas em 2026, por conta dos recentes anúncios de venda.
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Por outro lado, os analistas Marcio Osako e Larissa Monte pontuam que a orientação para 2026 para o fluxo de caixa operacional após os investimentos ficaram 18% abaixo de suas estimativas, apesar do Ebitda mais forte (17% maior).
O BBI observa ainda que a projeção para a joint venture da Arábia Saudita (receita bruta de US$ 550 milhões e Ebitda de US$ 150 milhões no quinto ano de operação) foi descontinuada e que a empresa não atingiu a orientação de alavancagem financeira do quarto trimestre de 2024.
“Mantemos nossa recomendação de venda para ONCO3, com um preço-alvo de R$ 2,30, o que pressupõe conservadoramente a aprovação do conselho do aumento de capital de R$ 2 bilhões (anunciado em R$ 3,00 por ação), a ser votada pelos acionistas em 8 de outubro”, diz o BBI.
Projeções da Oncoclínicas
Em linhas gerais, a Oncoclínicas espera alcançar uma receita líquida de R$ 6,98 bilhões em 2027. O valor representa um crescimento de 11% em relação à projeção de R$ 6,29 bilhões para 2026.
O lucro bruto também deve avançar, passando de R$ 2,1 bilhões em 2026 para R$ 2,34 bilhões em 2027. A margem bruta, que mede a eficiência operacional, deve passar de 32,9% no terceiro trimestre de 2025 para 33,5% em 2027, ainda segundo as projeções.
Já o Ebitda ex-PILP (excluindo plano de incentivo de longo prazo) deve chegar a R$ 1,255 bilhão em 2027, com a margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização subindo de 15,4% para 18%.
A Oncoclínicas também projeta uma melhora significativa na conversão de Ebitda em fluxo de caixa operacional (FCO), passando de 50% no 4T25 para 60% em 2027.
Os investimentos (capex) serão de R$ 80 milhões por ano em 2026 e 2027.
Por fim, a dívida líquida estimada para o final do terceiro trimestre de 2025 é de R$ 3,9 bilhões, incluindo aquisições a pagar (excluindo earn-outs). A empresa não divulgou estimativas para a dívida nos períodos seguintes.