Oncoclínicas (ONCO3) dispara mais de 11% com nova venda de hospital

As ações da Oncoclínicas (ONCO3) interromperam a sequência de perdas de 10 sessões consecutivas e subiram mais de 11% durante o pregão nesta quarta-feira (27).
Na máxima intradia, ONCO3 registrou salto de 11,46%, a R$ 3,21. Os papéis arrefeceram ao longo do pregão e terminaram com alta de 0,69%, a R$ 2,90. Acompanhe o Tempo Real.
A recuperação acontece após o anúncio de venda de 84% de sua participação no capital social do Complexo Hospitalar Uberlândia (UMC), hospital de alta complexidade localizado na cidade de Uberlândia (MG), por R$ 160 milhões.
Na avaliação do Safra, a transação foi estratégica. Os analistas destacaram que o valor implícito por leito (EV/leito) é de aproximadamente de R$ 0,8 milhão, bem abaixo da média de R$ 1,5 milhão de negócios hospitalares no Brasil.
A operação também tem baixo impacto na alavancagem. “Para a Oncoclínicas, a transação reduz a dívida líquida de R$ 3,922 bilhões para R$ 3,762 bilhões, diminuindo a alavancagem de 4,4 vezes dívida líquida/Ebitda no segundo trimestre de 2025 para pelo menos 4,2 vezes”, escreveram os analistas
“Esse índice pode melhorar ainda mais, dependendo de quão negativo era o Ebitda do hospital, o que acreditamos não ser insignificante”, acrescentaram.
O banco mantém a recomendação de venda com preço-alvo de R$ 2, o que representa um potencial de desvalorização de 31% sobre o preço de fechamento de ontem (26).
Para o Safra, as ações ONCO3 estão caras em comparação aos concorrentes e os resultados operacionais permanecem instáveis enquanto a empresa passa por esse processo de reestruturação.
A alta alavancagem também continua sendo um problema para a companhia mesmo com as vendas recentes.
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Uma venda após a outra
O anúncio da venda do UMC ocorre apenas dois dias depois de a operadora de saúde Hapvida (HAPV3) adquirir o Hospital de Oncologia do Méier (Marco Moraes), da Oncoclínicas, por R$ 5,3 milhões. O preço será ajustado pela dívida líquida e capital de giro no fechamento do negócio.
A conclusão da transação depende de diligência padrão, assinatura dos contratos definitivos e obtenção das aprovações necessárias.
O mercado avaliou a operação como um ‘ganha-ganha’ entre as partes: a Oncoclínicas deixa de queimar caixa à frente e a Hapvida amplia o portfólio de hospitais no Rio de Janeiro para seis unidades — além de um novo hospital greenfield a ser concluído até 2026.