Política

Onyx afirma que governo rejeitará ajuda do G7 para Amazônia, diz G1

27 ago 2019, 8:55 - atualizado em 27 ago 2019, 8:55
Governo Bolsonaro deve rejeitar ajuda do G7, de € 20 milhões, para combate às queimadas na Amazônia (Imagem: Reuters/Bruno Kelly)

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que governo do presidente Jair Bolsonaro rejeitará a oferta do G7 de ao menos 20 milhões de euros para ajudar no combate a incêndios na Amazônia, anunciada na segunda-feira pelo presidente da França, Emmanuel Macron, disse o portal G1.

“Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio em uma igreja que é um patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para nosso país? Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colônias francesas”, disse Onyx, de acordo com o blog do jornalista Gerson Camarotti, no G1, na segunda-feira.

O ministro se referia ao incêndio na catedral de Notre Dame, em Paris, em abril deste ano.

Procurada, a assessoria do ministro confirmou a declaração nesta terça-feira, mas disse tratar-se de uma opinião pessoal de Onyx. O Palácio do Planalto não comentou de imediato.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que na segunda chegou a dizer que a ajuda do G7 seria bem-vinda, disse à Reuters nesta terça que ainda não foi informado pelo governo sobre o assunto.

Na segunda, logo após o anúncio de Macron, o próprio Bolsonaro questionou quais intenções estariam por trás da oferta de ajuda.

Em nota divulgada na noite de segunda, o Ministério das Relações Exteriores cobrou os países desenvolvidos, especialmente a França, a cumprirem compromissos de financiamento a países em desenvolvimento no âmbito das negociações sobre as mudanças climáticas.

“O governo brasileiro recorda àqueles que estão aventando a possibilidade de lançar tais iniciativas o fato de que já existem vários instrumentos, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), para financiar atividades de redução do desmatamento e de reflorestamento”, disse o Itamaraty.

A nota afirma que o Brasil aguarda o pagamento de 30 bilhões de dólares referentes a compensações financeiras a países em desenvolvimento por resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa já alcançados e diz que, no acordo de Paris sobre o clima, os países desenvolvidos se comprometeram a mobilizar 100 bilhões de dólares até 2020 para financiar atividades de redução do desmatamento e de reflorestamento.

“Espera-se da França –e de outros países que porventura apoiem suas ideias– que se engajem com seriedade nessas discussões no âmbito da UNFCCC, ao invés de lançar iniciativas redundantes, com montantes que ficam muito aquém dos seus compromissos internacionais, e com insinuações ambíguas quanto ao princípio da soberania nacional”, afirma a nota.

“O Brasil está pronto para avançar soberanamente, em consonância com os instrumentos internacionais de que somos parte e nossa própria política ambiental, na implementação de ações concretas de combate ao desmatamento e à degradação de florestas, particularmente na Amazônia.”

A nota do Itamaraty vem depois de comentários de Macron sobre a possível internacionalização da Amazônia, apesar de o presidente francês ter enfatizado que a iniciativa do G7 não tratava dessa questão e respeitava a soberania dos países.

Em meio à crise gerada pelo aumento das queimadas na Amazônia, Bolsonaro se reunirá nesta terça com governadores da Amazônia para discutir medidas de combate aos incêndios.

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