Operação Carbono Oculto abre espaço para ganhos no setor de combustíveis, avalia BTG

O BTG Pactual avalia que a megaoperação Carbono Oculto, realizada na semana passada contra o crime organizado no setor de combustíveis brasileiro, pode antecipar ganhos estruturais para empresas já consolidadas.
Em relatório, o banco afirma que a ação removeu players que distorciam a concorrência e comprimiam margens, criando espaço para que companhias incumbentes ampliem participação de mercado e aumentem sua lucratividade antes do previsto.
“Consideramos isso (a operação) uma possível virada de jogo, removendo a concorrência desleal e abrindo caminho para que os incumbentes fortaleçam seu poder de precificação”, diz a casa.
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Perspectivas para Vibra, Ultrapar e Raizen
Uma das principais beneficiárias, segundo o BTG, pode ser a Vibra Energia (VBBR3). O banco ressalta que a companhia é a mais próxima de uma distribuidora de combustíveis pura e deve ver suas margens serem impulsionadas pela operação.
“A combinação do momento positivo dos lucros com potenciais gatilhos de curto prazo sustenta nosso otimismo em relação à empresa”, afirma o relatório.
Somente nos últimos cinco dias, os papéis da Vibra registram alta superior a 10%, refletindo o otimismo do mercado com os impactos da ação. No acumulado de 2025, a ação sobe 35%.
Ultrapar
A Ultrapar (UGPA3), por sua vez, recebe uma avaliação mais cautelosa, principalmente devido à potencial reforma do GLP. Mesmo assim, o BTG ressalta o valuation atrativo da companhia e a expansão de margens devido às múltiplas linhas de negócios.
Além disso, os postos Ipiranga são destacados pela casa como beneficiários diretos da agenda regulatória, com perspectivas de ganhos de participação.
Raízen
Quanto à Raizen (RAIZ4), o BTG afirma que o segmento de combustíveis foi, historicamente, a principal fonte de caixa e a área em que a empresa apresentou desempenho superior ao de seus concorrentes, mas que, nos últimos anos, mudanças reduziram o foco e levaram à perda de participação de mercado.
Ainda assim, o banco avalia que, com a agenda regulatória em andamento, a companhia tem potencial para recuperar terreno e fortalecer sua posição no setor.