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Operadoras de saúde negligenciaram riscos para catástrofes, avalia Credit Suisse

24 mar 2020, 1:45 - atualizado em 24 mar 2020, 1:45
Hospital Plano de Saúde
Os custos adicionais com UTI podem fazer com que as seguradoras desembolsem centenas de milhões de reais a mais (Imagem: Pixabay)

Há um risco real de catástrofe para as seguradoras de saúde. Esta é a percepção desconfortável obtida ao ler um relatório publicado na noite desta segunda-feira (24) por um grupo de analistas do setor financeiro e de saúde do Credit Suisse.

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Segundo os analistas Marcelo Telles, Mauricio Cepeda e Otavio Tanganelli, a crise do coronavírus foi a “consumação de um risco catastrófico muitas vezes negligenciado para as seguradoras de saúde e similares”.

O problema está no fato de que as operadoras brasileiras se baseiam em taxas de sinistralidade apertadas. Por exemplo, para cada um real recebido dos clientes elas gastam cerca de 70% a 80% em custos médicos para os clientes, considerando as mais eficientes.

“No entanto, o novo evento de pandemia desencadeou um uso global imprevisto de UTIs e outros auxiliares respiratórios de alto custo. Ao conversar com agentes do setor, eles declaram não ter nenhum resseguro, que é considerado ‘muito caro'”, revelam os analistas.

O maior impacto se dá na exposição aos clientes com a idade superior a 65 anos.

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Empresa Ação Clientes acima de 65 anos (em mil) % do total
Amil 222 6,20%
Bradesco BBDC4 176 5%
Notredame Intermédica GNDI3 154 5,40%
Hapvida HAPV3 134 4,40%
SulAmerica SULA11 144 6,60%
Prevent Senior 272 64,50%
Porto Seguro PSSA3 5 2,20%
Outros 3,475 11,10%
Total 4,582 9,70%

Com base em dados sobre a evolução da pandemia em outros países e o seu impacto infecioso sobre os mais velhos, o Credit Suisse calculou o efeito financeiro do uso mais elevado das UTIs para cada uma das seguradoras analisadas:

A Amil teria um custo adicional de R$ 311 milhões;

O Bradesco gastaria mais R$ 246 milhões, ou 0,6% do lucro líquido de 2019.

A NotreDame perderia R$ 215 milhões. O valor representaria 30,4% dos ganhos do ano passado.

A Hapvida usaria cerca de R$ 188 milhões, que correspondem 12,9% dos resultados.

A SulAmerica pagaria R$ 202 milhões, cerca de 10,3% dos lucros.

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A Prevent Senior desembolsaria R$ 381 milhões.

A Porto Seguro gastaria apenas R$ 7 milhões. O número representa 0,3% do lucro.

As estimativas consideram apenas alguns custos simplificados de UTI (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

“Apesar do potencial impacto negativo (sob essa suposição simplificada), a maioria das empresa será solvente o suficiente para lidar com o impacto, com um efeito muito mais significativo em quem possui uma maior presença em vidas acima de 65 anos, como a Prevent Senior. Vale ressaltar que o impacto parece bastante pequeno para o Bradesco e a Porto Seguro”, avalia o Credit Suise.

As estimativas consideram apenas alguns custos simplificados de UTI, deixando de fora os gastos adicionais para os pacientes que não atingem um estado mais crítico.

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O Credit Suisse ressalta que apenas o acompanhamento da pandemia no Brasil poderá fornecer dados para uma projeção mais acurada, como o tempo de duração dos casos.

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Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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