Opinião: Contratar a pessoa certa é o suficiente?
Sérgio Sabino é Líder de Marketing da Mercer para a América Latina
O que muito se ouve nas conversas com gente do mercado quando o assunto é gestão de desempenho, é que basta ter a pessoa certa. Aquela que reúne as competências para exercer a função e que demonstre o entrosamento perfeito entre os valores pessoais e os valores organizacionais.
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Mas este cenário, que por si só já não é fácil, pode piorar. Especialmente quando nos deparamos com organizações que buscam crescer e acabam por se tornar mais complexas. E estas empresas cada vez mais se perguntam: basta ter a pessoa certa e tudo se resolve?
Infelizmente não.
Vamos supor que você tenha encontrado a pessoa ideal. Um processo seletivo certeiro. Parabéns! Você tem alguém motivado, com as características necessárias para exercer o trabalho e, além disso, que tem tudo a ver com os valores da empresa.
Aí, vem o primeiro dia. A integração, as reuniões, as definições estratégicas, a agenda, a execução. O dia a dia toma conta do trabalho, as circunstâncias de mercado se alteram diariamente, assim como as necessidades de curto prazo. Tudo isso altera o direcionamento da companhia e engole uma séria de boas ideias. Todos nós já vivenciamos isso, não é mesmo?
O tempo vai passando. Passados alguns meses, faça a mesma pergunta: a pessoa certa ainda é assim tão certa? O que aconteceu? Onde está o problema? Na pessoa, no ambiente, ou ambos?
Uma empresa é um organismo vivo. Cresce, encolhe, adoece, sara, entristece, se alegra. Afinal, qualquer organização é o extrato das pessoas que dela fazem parte. Por isso, as organizações precisam construir estratégias para garantir que a pessoa certa se mantenha certa durante toda a sua permanência na companhia. E, se o trabalho for bem feito, este tempo será bastante considerável.
Disciplina é fundamental na gestão do ciclo de vida do colaborador. Acompanhar o seu desenvolvimento desde o início, construir ferramentas adequadas para garantir que, além de certa, esta pessoa tenha:
- Uma remuneração adequada ás suas responsabilidades e hierarquia
- Incentivos de curto prazo adequados para ir além
- Incentivos de longo prazo para que não pense em sair
- Um plano de desenvolvimento claro e robusto para vislumbrar o futuro
- Benefícios que proporcionem tranquilidade
Em suma: sim, ter a pessoa certa é importantíssimo. Mas não é tudo. O ideal é ter a pessoa certa, na hora certa, na função certa, com a remuneração certa, plano de carreira e benefícios certos.
Isso é o que constrói organizações vencedoras, com resultados expressivos e sustentáveis.