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Orientação do Fed vinculada à inflação é esperada até setembro

24 jul 2020, 11:23 - atualizado em 24 jul 2020, 11:23
Federal Reserve
“Os detalhes do próximo pacote fiscal serão uma consideração importante, pois o Fed deliberará o grau de acomodação monetária de longo prazo”, disse Brett Ryan, economista sênior do Deutsche Bank Securities (Imagem: REUTERS/Leah Millis)

É provável que o Federal Reserve vincule sua orientação futura sobre a trajetória das taxas de juros à inflação e divulgue esse guidance até setembro, segundo economistas consultados pela Bloomberg.

A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) está marcada para os dias 28 e 29 de julho. Os participantes da pesquisa esperam mínimas mudanças no comunicado de política monetária divulgado após a conclusão da reunião.

Uma razão para o comitê não fazer nada dramático: o próximo pacote de estímulo fiscal em andamento no Congresso dos EUA.

“Os detalhes do próximo pacote fiscal serão uma consideração importante, pois o Fed deliberará o grau de acomodação monetária de longo prazo”, disse Brett Ryan, economista sênior do Deutsche Bank Securities, em sua resposta à pesquisa.

Orientação futura

A autoridade monetária prometeu manter os juros próximos de zero até estar confiante de que a economia “superou eventos recentes e está a caminho de alcançar suas metas de máximo emprego e estabilidade de preços”.

Quase dois terços dos 30 participantes da pesquisa, realizada entre 17 a 22 de julho, esperam que o FOMC vincule um possível aumento do intervalo da taxa de juros ao cumprimento – podendo ficar modestamente acima – da meta de inflação de 2% do banco central.

Desse grupo de participantes da pesquisa, sete disseram que o guidance também incluirá uma referência ao desemprego. Apenas três entrevistados disseram que a orientação fará referência apenas ao desemprego.

Em relação a um levantamento semelhante no início de junho, a pesquisa também mostrou queda das expectativas para a adoção do controle da curva de juros – uma política que envolve a definição de rendimentos-alvo para certos vencimentos de títulos do Tesouro dos EUA.

A proporção de economistas que antecipam tal política caiu para 43% em relação a 54% em junho. Os que ainda esperam a mudança atrasaram o cronograma, muitos para o próximo ano.

“Com os mercados funcionando bem e rendimentos de longo prazo em níveis tão baixos, o Fed tem pouca necessidade de alterar sua linguagem ou posição nesta fase”, escreveu James Knightley, economista-chefe internacional do ING Financial Markets.

“Nos próximos meses, os rendimentos sofrerão pressão ascendente devido à escala de emissão de títulos, então o controle da curva de rendimentos se tornará muito mais provável, mas, por enquanto, esse não é o nosso caso base.”

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O Fed tem pouca necessidade de alterar sua linguagem ou posição nesta fase”, escreveu James Knightley, economista-chefe internacional do ING Financial Markets (Imagem: Reuters/Chris Wattie)

A preocupação com a deflação também diminuiu um pouco entre os economistas. Perguntados sobre a probabilidade do núcleo da inflação PCE (gastos com consumo pessoal) cair abaixo de zero por três meses consecutivos nos próximos dois anos, a resposta mediana foi de 15% em relação a 25% em junho.

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