Orizon (ORVR3) transforma lixo em ouro e anima os investidores com fusão; o que dizem os analistas
As ações da Orizon Valorização de Resíduos (ORVR3) avançam nesta quinta-feira (18), após a companhia anunciar a aquisição da Vital, empresa do portfólio da família Queiroz Galvão, em sua maior movimentação de fusões e aquisições.
Por volta das 14h, os papéis da companhia subiam 1,79%, cotados a R$ 70,36.
O mercado recebeu a operação de forma positiva, avaliando a aquisição como transformacional e estratégica, posicionando a Orizon como a maior empresa de gestão de resíduos do país em termos de volume destinado, que passaria de 8,7 milhões para cerca de 14,2 milhões de toneladas.
A estrutura combinada da Orizon e da Vital deve gerar receita líquida anual superior a R$ 3 bilhões, EBITDA próximo de R$ 1 bilhão e lucro anual estimado acima de R$ 350 milhões. O negócio será realizado por meio de troca de ações, sem desembolso em dinheiro, com a Orizon emitindo 41.197.230 novas ações ordinárias e 5.646.849 bônus de subscrição.
O que dizem os analistas
O Itaú BBA destaca a aquisição como um marco estratégico na trajetória de crescimento da Orizon, enfatizando a diversificação geográfica e o aumento da capacidade operacional, com a incorporação de 12 aterros e contratos de gestão integrada de resíduos.
O banco ressalta que a operação melhora a previsibilidade do fluxo de caixa, devido aos contratos de longa duração, cria oportunidades para expandir a estratégia de biometano e abre espaço no balanço para novos investimentos em CAPEX.
Segundo os analistas do Itaú, o negócio também é positivo em termos financeiros, com contribuições robustas ao lucro bruto, especialmente pelo contrato de São Paulo, e potencial para replicar o modelo de gestão integrada em outras operações. A análise reforça que a transação consolida a posição da Orizon no setor, aumenta a escala, oferece sinergias e abre novas oportunidades de crescimento orgânico.
O BTG Pactual considera a aquisição altamente acrética, ou seja, capaz de aumentar o lucro ou EBITDA por ação da empresa compradora, e destaca o quase dobro da capacidade de destinação de resíduos. O banco aponta que a operação amplia significativamente a escala da Orizon, com EBITDA combinado estimado em cerca de R$ 1 bilhão em 2025, além de gerar eficiências operacionais por meio de ganhos de escala e diluição de despesas administrativas.
O BTG também ressalta que a entrada no segmento de coleta, principalmente por meio de contratos integrados de longo prazo, representa uma oportunidade estratégica de consolidar o mercado. A análise indica que a operação fortalece a posição da Orizon no setor, mantém a flexibilidade financeira para novas aquisições e garante continuidade na estratégia e execução.
O relatório da XP Research destaca a aquisição como um movimento transformacional, posicionando a Orizon como líder incontestável na gestão de resíduos na América Latina. O estudo ressalta que a transação cria novas opções de crescimento, incluindo maior monetização de biometano, novos contratos integrados e sinergias operacionais, especialmente em G&A, além de ganhos de produtividade e margem decorrentes da verticalização das operações.
A XP aponta ainda que a operação fortalece a posição estratégica da Orizon frente à concorrência e ao mercado de saneamento, criando uma plataforma robusta para crescimento orgânico e inorgânico, com maior escala, diversificação de receitas e potencial de valorização, consolidando a companhia como referência no setor.
O Santander, por sua vez, enfatiza que a aquisição reforça a liderança da Orizon no mercado de gestão de resíduos do Brasil, elevando a receita líquida projetada para R$ 3,2 bilhões em 2025 e o EBITDA para R$ 980 milhões, mantendo a alavancagem controlada e preservando espaço no balanço para novas aquisições.
Além disso, o banco destaca a importância estratégica da Vital no segmento de gestão integrada de resíduos, responsável por 83% do lucro bruto da empresa, e seu potencial de expansão em biometano, com pipeline superior a 520 mil m³/dia.
Recomendações para a Orizon
| Banco | Recomendação | Preço-alvo (em 12 meses) |
| Itaú BBA | Outperform (compra) | R$ 69,70* |
| XP Research | Compra | R$ 67,70 |
| Santander | Outperform (compra) | R$ 61,09 |
| BTG Pactual | Compra | R$ 54,00 |
*Preço-alvo para final de 2025