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Os efeitos da política ‘abrasileirada’ da Petrobras (PETR4) para empresas como Raízen (RAIZ4), São Martinho (SMTO3) e Jalles (JALL3)

26 ago 2024, 17:08 - atualizado em 26 ago 2024, 17:08
petrobras ações (1)
Quando a gasolina, praticada pela Petrobras, está sendo vendida mais barata do que no mercado internacional, o etanol perde competitividade

Há pouco mais de um ano, em 16 de maio de 2023, a Petrobras (PETR4) anunciou o fim da sua política de paridade de preços internacionais (PPI) para combustíveis, com a nova regra da estatal incluindo não só as cotações do petróleo, mas também o custo alternativo ao cliente e o valor marginal

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A ideia de não ficar refém das oscilações dos preços da commodity, implementada durante o primeiro ano do governo Lula, pareceu atrelada aos movimentos vistos em anos e governos anteriores, como quando a disparada do petróleo, que atingiu US$ 121 durante a guerra entre Ucrânia e Rússia, fez a gasolina atingir R$ 7 o litro, o que contribuiu para as demissões dos CEOs da estatal no governo Bolsonaro.

Apesar de conter os preços ao consumidor, diferentes instituições apontam que os preços da gasolina e diesel seguem defasados. De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), os preços da gasolina estão defasados em 11,51% (R$ -03954/L) e do diesel em 1,53% (R$ 0,0545). Já a Genial Investimentos, vê um deságio 4,4% na gasolina (-R$0,13/litro) e ágio de 1,4% no diesel (R$0,05/litro).

A grande diferença entre os analistas, para o cálculo da defasagem, se dá porque a própria Petrobras não traz a abertura sobre a fórmula para os combustíveis. Como declarou ao Money Times na semana passada o CEO da Jalles (JALL3), a interferência da estatal no preço da gasolina e diesel impactam diretamente nos valores do etanol.

Como a política de preços da Petrobras afeta usinas de açúcar e etanol?

O diretor do CBIE, Pedro Rodrigues, explica que a política de “abrasileirar” os preços da gasolina resulta em uma artificialidade nos valores do combustível, sem seguir os parâmetros do mercado internacional.

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“Quando os preços do petróleo e câmbio sobem ou caem, não sabemos se haverá reflexos aqui no Brasil. Essa artificialidade resulta no seguinte cenário: quando o preço da gasolina está sendo vendido mais barato aqui do que no mercado internacional, o etanol perde competitividade, porque ele é um substituto da gasolina”, diz.

Neste cenário, acaba ocorrendo um incentivo para que o consumidor brasileiro utilize um produto ambientalmente pior, como é o caso da gasolina. Do ponto de vista do mercado, essa artificialidade desorganiza o livre mercado de preços, o que resulta em uma confusão para as usinas de etanol.

“Com isso, naquele momento que a gasolina poderia estar mais cara, não ocorre o aumento de mercado esperado pelas usinas, uma maior venda de etanol, porque não há mais transparência e previsibilidade em termos de preços. Isso acaba sendo muito ruim do ponto de vista macroeconômico e também ambiental”.

 

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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