Mercados

Os paradoxos de Trump para o petróleo; ‘queda no preço abre espaço para cortes da Petrobras (PETR4)’

05 maio 2025, 12:34 - atualizado em 05 maio 2025, 14:17
donald trump petróleo
De acordo com Pedro Rodrigues, sócio-diretor do CBIE, as volatilidades provocadas pelas tarifas de Trump pressionaram os preços do petróleo. (Montagem: Money Times - Fotos: Reuters/Leah Millis e istock.com/Artem_Egorov)

Apesar de incentivar e apoiar a indústria do petróleo durante toda sua campanha presencial, a volta de Donald Trump ao comando dos EUA reduziu os preços da commodity.

Desde sua posse em 20 de janeiro, os preços do barril brent, que é referência internacional, saíram de US$ 78,40 para US$ 60,05 — queda de 23,41%. Enquanto isso, o WTI, referência no mercado norte-americano, recuou 25,21%, de US$ 75,89 para US$ 56,76.

De acordo com Pedro Rodrigues, sócio-diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), do ponto de vista das tarifas, não houve um impacto objetivo na indústria de petróleo.

“O que mexe com os preços é toda essa volatilidade e insegurança no mercado. Uma volatilidade que vem de uma incerteza de como essas tarifas serão impostas, e que também diminuiu a expectativa de crescimento das economias. Esse cenário causou a redução do preço do barril, porque havia essa expectativa de que tivesse uma queda da demanda. Fora isso, a OPEP anunciou aumentos da produção de forma perspicaz, o que fez os preços ficarem abaixo de US$ 60, abaixo do breakeven [ponto de equilíbrio] para uma série de bacias de shale [óleo de xisto] nos EUA”.

Outro fator de baixa para o petróleo nesta semana fica pela decisão da Opep+ de acelerar ainda mais os aumentos na produção e desfazer seus cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia até o final de outubro, caso os membros não melhorem os cumprimentos de suas metas de produção.

Os paradoxos para o petróleo

Rodrigues explica que, no final das contas, Trump criou um paradoxo para indústria que ele quer incentivar. “Quando ele causa essa volatilidade no mercado, o preço cai tanto que ele inviabiliza a própria indústria de shale”, afirma.

Segundo o especialista, há impactos negativos para o Brasil. “Quando o preço do petróleo cai, há uma diminuição de receitas que o Estado brasileiro recebe razão do petróleo, royalties e participações especiais”, completa.

Isso também provoca a redução de lucro da Petrobras (PETR4) e outras empresas de petróleo do Brasil.

Por outro lado, há um reflexo positivo: quando há uma diminuição do preço do barril, a pressão nos preços internos dos combustíveis também diminui.

“Tivemos o anúncio de redução de R$ 0,12 para o diesel em abril e agora uma nova redução prevista para amanhã (6) de R$ 0,16. Apesar da política de ‘abrasileiramento’ que ninguém entende, abre espaço para a companhia reduzir preços, diminuindo a pressão inflacionária para o consumidor”, diz.

Rodrigues reforça que quando a Petrobras começa a vender combustível mais barato do que no mercado internacional, a estatal acaba “deixando dinheiro na mesa”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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