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Os shoppings terão recuperação em “V”? A Multiplan prova que sim

01 ago 2021, 14:10 - atualizado em 01 ago 2021, 14:17
Multiplan
Apesar do lucro, o que chamou a atenção mesmo foram as cobranças de aluguéis, elevação de 12% em comparação ao segundo trimestre de 2019, período pré-pandêmico (Imagem: Divulgação/Multiplan)

Os números do segundo trimestre da Multiplan (MULT3) encheu os olhos de analistas, que já prenunciam uma retomada em “V” para os shoppings de todo o Brasil.

A rede reportou lucro de R$ 93,77 milhões no período, alta de 32,4% ante igual etapa de 2020. Em termos ajustados, o lucro foi de R$ 105,8 milhões, avanço de 37,5% ano a ano.

Mas o que chamou a atenção mesmo foram as cobranças de aluguéis, elevação de 12% em comparação ao segundo trimestre de 2019, período pré-pandêmico, o que impulsionou as receitas.

“Apesar do forte resultado nos aluguéis, a companhia também conseguiu diminuir sua inadimplência bruta em 3,4 pontos percentuais (para 9,4%) e manteve marginalmente sua taxa de ocupação estável”, aponta o Inter Research.

Na visão do Itaú BBA, os aluguéis foram destaque positivo, bastante abaixo da inflação acumulada no período, mas indicando que a empresa está revertendo efetivamente alguns descontos concedidos durante os bloqueios.

As vendas sobre mesmas lojas (SSS) foram 398% maiores no ano, o que resultou em um faturamento total um pouco abaixo das estimativas.

“Em conjunto aos números sólidos na receita, a companhia demonstrou boa eficiência operacional nas suas principais linhas de despesas, com destaque para a melhora reportada nas despesas de propriedades, que ficaram 34% abaixo das nossas projeções”, completa o Inter.

Já a XP Investimentos destaca o lucro líquido e a geração de caixa, que ficaram acima das expectativas devido as alíquotas de impostos abaixo do esperado.

“Com isso, o trimestre reiterou a tendência de recuperação após a flexibilização das atividades comerciais em meados de abril e esperamos que os números continuem melhorando conforme as operações dos shoppings voltem à normalidade”, diz.

Outra surpresa positiva, segundo a Ágora, foi o ajuste de linearização negativo de R$ 10 milhões no trimestre, mais uma indicação dos menores descontos concedidos durante a crise, levando ao Ebitda ajustado de R$ 190 milhões.

“Nossa leitura positiva dos resultados do segundo trimestre vai além dos números apresentados e também sugere tendências de recuperação acelerada para o resto do ano, o que pode levar a resultados positivos para outros players e para a indústria de shoppings no Brasil”, observa a corretora.

O Safra afiram que, em breve, os números deverão se normalizar diante do controle da pandemia.

“Após uma contínua recuperação do setor de shoppings ao longo de 2020, a pandemia mais uma vez tomou seu impacto nos resultados da Multiplan durante o segundo trimestre de 2021, que esperamos ser o último com relevantes impactos operacionais devido a regras de distanciamento social mais rígidas”, diz.

Multiplan-Shopping-Comércio
No geral, o Morumbi Shopping registrou o maior aumento na taxa de ocupação, crescendo 310 pontos-base (bps) e atingindo 98,4% (Imagem: Multiplan/Divulgação)

Taxa de ocupação anima

De abril a junho, os shoppings da Multiplan funcionaram em 72,3% dos horários regulares, o que levou a receita líquida do grupo a subir 7,2% ano a ano, para R$ 275,56 milhões, embora ainda tenham sido o equivalente a 78,4% do observado em igual etapa de 2019.

No geral, o Morumbi Shopping registrou o maior aumento na taxa de ocupação, crescendo 310 pontos-base (bps) e atingindo 98,4%.

Além disso, o Itaú BBA lembra que um punhado de ativos conseguiu superar os números de 2019 em termos de vendas, como Village Mall e Park Shopping Canoas.

Outro ponto que chama a atenção é o custo de ocupação, atingindo 14,3%, apenas 150 pontos-base acima do segundo trimestre de 2019, conforme o descasamento entre vendas e aluguel faturado foi parcialmente compensado por menores custos de condomínio.

Recomendação

Para o Safra, as ações da Multiplan tem grande potencial de alta, considerando a retomada e a aceleração das vacinas.

Além disso, o Governo de São Paulo já afirmou que vai retirar todas as restrições do horário comercial até 17 de agosto.

O banco tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 31,30.

Já o BTG Pactual afirma que apesar indicadores de portfólio saudáveis  (baixos custos de vacância e ocupação), a ação está cara, com um Preço para Fundos de Operações (P/FFO) maior que os seus concorrentes.

A corretora tem recomendação neutra para os papéis.

Veja a recomendação das outras corretoras:

Corretora Recomendação Preço-alvo
XP Investimentos Compra R$ 29,5
Ágora Compra R$ 32
Inter Compra R$ 28
Itaú BBA Compra R$ 30,8

 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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