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Ou um ou os dois, “biocombustível do futuro”, previsto pelo MME, pode ser o hidrogênio e o H-Bio melhorado

14 abr 2021, 11:25 - atualizado em 14 abr 2021, 11:43
Energia Eólica Energias Renováveis
Excedente produzido da energia eólica, na forma de hidrogênio, pode ser um dos “biocombustíveis do futuro” (Imagem: Unsplash/@nrdoherty)

O programa para desenvolvimento do “biocombustível do futuro”, que o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou lançamento para este mês, não deverá passar por nenhuma nova biomassa. Conhecimento e tecnologia o Brasil e o mundo já as possuem, mesmo de carburantes de matérias orgânica vegetal e animal não explorados comercialmente.

Entre os possíveis caminhos, não revelados, dois são os mais prováveis. E nenhum é “bio” 100%.

Um é o e-fuel, a partir do hidrogênio, diz Gonçalo Pereira, coordenador do Laboratório de Genômica e bioEnergia, da Unicamp.

O outro pode ser o “diesel verde”, batizado pela Petrobras (PETR4) como H-Bio, segundo um ex-pesquisador do MME, que pede anonimato por ainda estar no governo.

As duas suspeitas fazem mais sentido porque o ministro Bento Albuquerque reforçou a intenção do Brasil em buscar parcerias externas, como com os Estados Unidos.

Para o e-fuel, a prevalência da tecnologia aplicada está fora do Brasil, especialmente com países que a usam para lançar foguetes, pela dificuldade e grande quantidade energia que precisa ser liberada e dos riscos de armazenamento e transporte por ser mais inflamável – e mais energético – que a gasolina.

O processo começa por retirar o hidrogênio da água, através da hidrolise, que, em combinação com o CO², geram hidrocarbonetos que se te transformam em combustível líquido.

“São excedentes da energia eólica e solar, por exemplo”, explica o professor Pereira, que lembra também da amônia.

Chile e Austrália estão com programas ambiciosos nesta direção.

É energia considerada limpa desde que tirada dessas fontes renováveis, como também pode ser o caso do hidrogênio extraído do gás natural, grande aposta da Alemanha, por exemplo. “Mas não é bio, são cinzas”, reflete ele sobre o ponto de vista do conhecimento científico sobre o processo.

O diesel verde também necessita de avanços e usinas americanas já o produz em boa escala, apesar de a estatal brasileira tê-lo patenteado.

Embora produzido com vegetais, a pretensão da Petrobras é usar uma pequena parcela na formulação, sendo que mais de 90%, portanto, seguirá sendo de derivado de petróleo. E tem sido alvo de críticas do setor de biodiesel, com a Abiove, por entrar como concorrente sem ser totalmente renovável.

Para a fonte de Brasília que acredita ser esta uma das alternativas do “biocombustível do futuro”, o governo pode estar querendo aperfeiçoar o H-Bio, com a experiência americana de já produzir o “diesel verde” com zero de derivado de petróleo.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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