Metais Preciosos

Ouro: Sanções contra Rússia têm impacto limitado; existe gatilho maior para uma alta nos preços

27 jun 2022, 12:11 - atualizado em 27 jun 2022, 13:02
ouro
Uma recessão nos EUA é o maior risco de alta para as estimativas do Julius Baer sobre o ouro (Imagem: Unsplash/@pokmer)

Líderes do G7 anunciaram neste domingo (26), durante uma cúpula de três dias na Alemanha, os planos de proibir a importação de ouro da Rússia.

A sanção, coordenada pelos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Canadá, é mais uma ofensiva dos países ocidentais contra a guerra na Ucrânia, que já se estende por pouco mais de quatro meses.

A Europa e os EUA seguem ampliando as sanções contra o governo de Vladimir Putin. Entre as medidas que visam abalar a economia russa estão a exclusão de bancos do Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, sistema que processa operações financeiras de 11 mil bancos em todo o mundo e um dos pilares da economia mundial) e a proibição de importação do petróleo produzido pelo país.

Em uma publicação no Twitter, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que a proibição sobre o ouro russo afetará diretamente os oligarcas da Rússia e é “um golpe no coração da máquina de guerra de Putin”. Com as novas sanções, as restrições de importação pelo Reino Unido superam £ 13,5 bilhões em exportações russas.

O anúncio da medida não trouxe muita reação para a cotação do ouro. Isso porque, de acordo com o Julius Baer, o banimento tem impacto limitado sobre a commodity.

“Isso se deve à pouca relevância da oferta quando se fala em formação de preços de ouro”, explica o banco suíço.

Segundo Julius Baer, a reação morna nos preços do ouro mostra que as implicações do banimento reflete mais uma melhora de sentimento que uma melhora nos fundamentos, mesmo com a Rússia sendo o segundo maior produtor mundial do metal, ficando atrás da China.

Outro fator que explica o impacto limitado da decisão de parte do G7 é que o banco central da Rússia retomou seu programa de compra de ouro no início da guerra, deixando menos material disponível para os mercados internacionais.

Além disso, as exportações de ouro restantes já tinham sido redirecionadas desde o início da guerra, completa a instituição.

Gatilho mais importante

Para o Julius Baer, existe um evento bem mais relevante para o metal: os EUA entrarem em recessão.

“Independente de qualquer sanção sobre as exportações da Rússia, acreditamos que a questão sobre se os EUA entrarão em recessão permanece bem mais relevante para o ouro neste momento”, afirma o banco.

Na avaliação da instituição, uma recessão é o maior risco de alta para as suas estimativas sobre o ouro, já que provavelmente levaria a um salto na demanda por ativos safe haven, puxando os preços para cima.

Há duas semanas, o banco central dos EUA elevou a taxa básica de juros do país em 0,75 ponto percentual, a 1,5-1,75%.

Com o Fed confirmando uma postura ainda mais agressiva sobre a inflação, que está em seu maior nível em mais de 40 anos, crescem as preocupações envolvendo uma possível recessão na maior economia do mundo.

Para o Bank of America, a probabilidade de os EUA entrarem em recessão no próximo ano é de cerca de 40%.

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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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