Commodities

Ouro sobe após Trump pedir mais flexibilização pelo Fed

03 mar 2020, 16:41 - atualizado em 03 mar 2020, 16:41
barra de ouro
Em resposta a um corte surpresa, os preços do ouro avançaram nesta terça-feira (Imagem: Pixabay/erik_stein)

Os preços do ouro subiram nesta terça-feira (3) em resposta a um corte surpresa de meio ponto da taxa-chave de juros do Federal Reserve – e expectativas de que o Fed não será capaz de resistir à pressão política de fazer ainda mais cortes enquanto o coronavírus se espalha pelos EUA.

By 11:30 AM ET (1630 GMT), gold futures for delivery on the Comex exchange were up 2.6% at $1,636.00 a troy ounce, within 3.5% of the seven-year high that they hit in February as the Covid-19 virus started to disrupt public life in Europe. Spot gold was up 2.8% at $1,635.65.

Às 15h50 (horário de Brasília), os futuros do ouro para entrega na Comex estavam em alta de 3,1%, a US$ 1.641,25 a onça troy, próximo da máxima de sete anos atingida em fevereiro, quando o vírus Covid-19 começou a atrapalhar a vida pública na Europa. O ouro spot subia 3,22%, a US$ 1.641,57.

Os futuros da prata cresceram 2,75% para US$ 17,20 por onça, enquanto os futuros da platina tiveram alta de 1,16% para US$ 869,35. Os futuros do cobre, um indicador para a atividade industrial esperada, caíram 1,08% para US$ 2,56 por libra.

Mais cedo, o Fed reduziu a a taxa do Fed funds em 50 pontos-base para entre 1% e 1,25%, citando a crescente ameaça do do coronavírus à economia norte-americana.

“O que importa para nós não é a epidemiologia, mas o risco para a economia”, disse o presidente do Federal Reserve Jerome Powell em uma coletiva de imprensa. “Nós vimos um risco para a economia, então decidimos agir.”

Ele repetiu que a economia dos EUA é “forte”, mas admitiu que um corte na taxa de juros não é uma bala de prata capaz de consertar as cadeias de produção ao redor do mundo. Ele admitiu que “nós não temos todas as respostas”, mas disse que o corte poderia “dar um impulso substancial à economia”.

O corte foi imediatamente seguido de um tweet do Presidente Donald Trump pedindo que o Fed fizesse mais.

“Finalmente chegou a hora de o Federal Reserve LIDERAR. Mais flexibilização e cortes!”, demandou Trump.

Trump havia antes menosprezado o vírus como uma “farsa” do partido Democrata e disse na quinta-feira que “irá desaparecer. Um dia, como um milagre, isso irá desaparecer.”

Além disso, o secretário do Tesouro Steven Mnuchin disse que a atitude do Fed foi “não-política”.

Em resumo, os eventos fortaleceram as expectativas dos investidores do ouro de uma corrida ao fundo pelos bancos centrais do mundo todo, à medida em que gastam uma pilha cada vez menor de munição política monetária no combate ao surto.

Durante a madrugada, os bancos centrais da Austrália e da Malásia já haviam cortado suas respectivas taxas-chave em 25 pontos-base cada. Espera-se também que Banco do Canadá corte sua taxa de juros após sua reunião na quarta-feira.

A movimentação do Fed teve pouco impacto inicial nos mercados de ações, que já estavam precificando com base nisso, mas a queda das ações foram retomadas após o fim da coletiva imprensa de Powell.

Enquanto isso, os rendimentos de títulos, que já estavam precificados com base no corte, começaram a precificar considerando mais afrouxamento.

Ao fim da coletiva de imprensa de Powell, as notas do Tesouro de EUA a 2 anos renderam 0,77%, menor valor desde 2016 e uma queda de 9 pontos-base no dia. O índice de 10 anos caiu 3 pontos basais para 1,06%, cada vez mais perto de seu primeiro rendimento abaixo de 1%.

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