Ouro ultrapassa a marca de US$ 4,2 mil por onça-troy com expectativa de corte nos juros dos EUA e guerra comercial

O ouro ampliou seu ritmo de altas ao ultrapassar US$ 4.200 a onça pela primeira vez nesta quarta-feira (15). As expectativas de mais cortes na taxa de juros dos Estados Unidos (EUA) e a incerteza econômica e geopolítica aumentam a demanda dos investidores à segurança do metal precioso.
Por volta de 9h50 (horário de Brasília), o ouro à vista tinha alta de 1,4%, a US$ 4.200,12 a onça, depois de atingir um recorde de US$4.217,95 mais cedo na sessão. Os contratos futuros de ouro dos EUA para entrega em dezembro ganhavam 1,3%, para US$ 4.216,20.
“O prolongamento da paralisação do governo dos EUA, comentários mais ‘dovish‘ das autoridades do Fed e a contínua escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China provavelmente darão suporte a novos ganhos nos preços do ouro“, disse Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades, à Reuters.
“Atingir o nível de US$ 5.000 não parece impossível no médio e longo prazo.”
O enfraquecimento do dólar também contribui para a valorização do ouro. Nesta quarta-feira (15), o DXY, que compara a moeda norte-americana com uma cesta de seis divisas fortes, opera em queda, em reação às falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, na véspera.
Na avaliação do mercado, as declarações de Powell reforçaram as apostas de novos cortes nas taxas de juros dos EUA nos próximos meses. Os operadores estão precificando um corte de 25 pontos-base em outubro e outro em dezembro.
Ontem (14), logo após as falas do presidente do BC, a probabilidade de uma redução das taxas no final deste mês era de 97,3%. Já hoje, a chance de o Fed cortar os juros é de 96,7%, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.
Neste ano, o ouro já subiu cerca de 59%, impulsionado por incertezas geopolíticas e econômicas, expectativas de cortes na taxa de juros dos EUA, fortes compras de bancos centrais, uma tendência mais ampla de desdolarização e entradas robustas de fundos negociados em bolsa.
*Com informações de Reuters