Saúde

Paciente com HIV e Covid desenvolveu mutações, diz estudo

31 jan 2022, 21:05 - atualizado em 31 jan 2022, 21:05
Coronavirus
O estudo acrescenta evidências de que a Covid-19 pode sofrer mutações rapidamente quando presente em indivíduos imunossuprimidos (Imagem: REUTERS/Luis Cortes)

Uma mulher sul-africana que sofria de HIV tratado inadequadamente e que abrigou a Covid-19 por nove meses viu o vírus respiratório desenvolver pelo menos 21 mutações em seu corpo, de acordo com um estudo.

Uma vez que a jovem de 22 anos aderiu à medicação antirretroviral usada para tratar o HIV e seu sistema imunológico se fortaleceu, ela conseguiu superar a infecção por Covid-19 dentro de seis a nove semanas, mostrou o estudo, liderado por cientistas da Universidade Stellenbosch e da Universidade de KwaZulu-Natal.

A pesquisa não foi revisada por pares.

O estudo acrescenta evidências de que a Covid-19 pode sofrer mutações rapidamente quando presente em indivíduos imunossuprimidos, como aqueles que não tomam medicamentos para tratar o HIV, e isso pode levar ao desenvolvimento de novas variantes.

A variante beta, com a qual a paciente do estudo estava infectada, foi descoberta na África do Sul, assim como a ômicron.

“Este caso, como outros anteriores, descreve um caminho potencial para o surgimento de novas variantes”, disseram os cientistas, enfatizando que ainda é uma hipótese. “Nossa experiência reforça relatos anteriores de que o tratamento antirretroviral eficaz é a chave para controlar esses eventos.”

A África do Sul tem a maior epidemia de HIV do mundo, com 8,2 milhões de seus 60 milhões de pessoas infectadas com o vírus, o que enfraquece o sistema imunológico.

A África Subsaariana corresponde a cerca de 70% das infecções por HIV no mundo.

O coronavírus visto na paciente que participou do estudo desenvolveu pelo menos 10 mutações na proteína spike, que permite que o vírus se ligue às células, e 11 outras mutações, disseram os cientistas.

Algumas das alterações foram comuns àquelas observadas nas variantes ômicron e lambda, enquanto outras foram consistentes com mutações que permitem com que o vírus escape dos anticorpos.

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