Palocci questiona, em carta, se PT é “partido ou seita”; veja
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
O ex-ministro Antonio Palocci se antecipou ao Partido dos Trabalhadores (PT), que analisava sua expulsão, e pediu para sair do partido. Conforme o site do jornal O Globo, em carta envida à presidente do partido, Gleisi Hoffmann, Palocci acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de corrupção e questiona a defesa da inocência do político pelo partido, afirmando que até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do pais’”. Abaixo a íntegra da carta.
Na carta, Palocci diz que:
- Defende um acordo de leniência na Lava Jato para o PT
- As declarações dadas no depoimento a Moro “são fatos absolutamente verdadeiros”, situações que presenciou, acompanhou ou coordenou, “normalmente junto ou a pedido do ex-presidente Lula”
- Diz ter certeza que Lula irá confirmar tudo, “como chegou a fazer no ‘mensalão’” em entrevista na França
- Houve uma evolução e acúmulo de corrupções nos governos a partir do segundo mandato de Lula
- Foi um choque ter visto “Lula sucumbir ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo”
- Que foi um erro eleger e reeleger um mau governo, que destruiu “cada conquista social e cada um dos avanços econômicos tão custosamente alcançados”
- Que Lula encomendou sondas e propinas em uma reunião com Dilma e José Sérgio Gabrielli no Palácio da Alvorada, “na cena mais chocante que presenciei do desmonte moral da mais expressiva liderança popular que o país construiu em toda nossa história”
- Que passou a ser alvo de “um tribunal inquisitorial dentro do próprio PT” ao falar a verdade
- Questiona “até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do país’”
- Questiona se “somos partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?”
- Que mesmo nos melhores anos do governo Lula “já se via a peçonha da corrupção se criando para depois tomar conta do cenário todo”