Saúde

Pandemia prejudica transplante de órgãos no Brasil

05 mar 2021, 16:59 - atualizado em 05 mar 2021, 16:59
De acordo com a entidade, as mais afetadas são as cerca de 80 mil pessoas que fizeram transplante de rim (Imagem: REUTERS/Phil Noble)

Levantamento divulgado hoje (5) pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) revela os efeitos negativos que a pandemia teve tanto para pacientes já transplantados como para aqueles que se encontram na lista de espera.

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De acordo com a entidade, as mais afetadas são as cerca de 80 mil pessoas que fizeram transplante de rim.

Tendo por base dados os dois maiores centros de transplante renal do país, a ABTO chegou à conclusão de que aproximadamente 10% deles foram infectados pelo novo coronavírus, com taxas de mortalidade (proporção de mortes em relação ao total de transplantados) variando entre 2% e 2,5%.

Já a taxa de letalidade (proporção de mortes em relação aos transplantados diagnosticados) ficou entre 20% e 25%. A ABTO lembra que as taxas de mortalidade e letalidade da covid-19 na população geral do país encontram-se na faixa de 0,9% e 2,5%, respectivamente.

Segundo o integrante do Conselho Consultivo da ABTO Valter Duro, “o mais triste é que essas taxas continuarão crescendo, pelo menos durante o primeiro semestre de 2021, e somente serão estabilizadas com a vacinação em massa”.

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Suspensão de transplantes

Ele acrescenta que, apesar de a queda nas taxas de doação e de transplante de órgãos com doador falecido não terem sido tão grandes como se temia, muitos dos transplantes eletivos (que não são urgentes) foram suspensos na maioria dos estados, devido às medidas de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus.

Essa suspensão foi mais acentuada nos transplantes de córneas e rim com doador vivo. Nos casos de transplantes eletivos, a taxa de doadores efetivos, que era de 18,1 transplantes por milhão da população (pmp) em 2019, caiu 12,7%. Com isso, a projeção de ampliar esse número ultrapassar a marca de 20 pmp neste ano foi reduzida para 15,8 pmp, “ voltando ao patamar obtido em julho de 2017”, informa a ABTO.

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