BusinessTimes

Pão de Açúcar vê pandemia adiar conversões e aberturas de lojas

14 maio 2020, 17:01 - atualizado em 14 maio 2020, 17:01
Pão de Açúcar PCAR4
 Pão de Açúcar manteve a previsão de investimentos de 1,8 bilhão de reais para 2020 (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O grupo supermercadista Pão de Açúcar (PCAR4) espera que a maioria das conversões, reformas e aberturas de lojas se concentrem no segundo semestre de 2020, disseram executivos, à medida que a pandemia de coronavírus compromete o ritmo dos trabalhos em algumas cidades brasileiras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A nossa estratégia de longo prazo não mudou, mas tivemos que fazer alguns ajustes em meio a esse cenário desafiador jamais observado”, afirmou o presidente do Pão de Açúcar, Peter Estermann, a analistas e investidores em teleconferência para discutir os resultados trimestrais.

O Pão de Açúcar teve um salto de 56,5% nas vendas brutas do primeiro trimestre, mas os custos atrelados à aquisição do colombiano Almacenes Éxito levaram a um prejuízo trimestral de 130 milhões de reais.

As ações do Pão de Açúcar caíram quase 7% nesta tarde, para abaixo de 60 reais, figurando entre os piores desempenhos da sessão do Ibovespa.

“Apesar do resultado mais fraco devido à consolidação da Éxito, vemos uma tendência positiva para a empresa nos próximos trimestres”, escreveram analistas do BTG Pactual (BPAC11) em relatório.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo eles, a empresa deve se beneficiar de crescente demanda no curto prazo devido à pandemia do COVID-19, de conversões e reformas de lojas, bem como da venda de ativos não essenciais nos próximos meses.

O Pão de Açúcar manteve a previsão de investimentos de 1,8 bilhão de reais para 2020, incluindo a abertura de 20 novas lojas da rede de atacarejo Assaí e de 50 novas lojas de proximidade Minuto Pão de Açúcar, disse Estermann.

O grupo varejista ainda planeja converter até 15 lojas Pão de Açúcar para o modelo geração 7 e 50 supermercados para o formato Mercado Extra. Além disso, 10 hipermercados Extra serão transformados em lojas Assaí e outros 10 serão vendidos ou fechados, acrescentou.

Apesar dos desafios trazidos pelo coronavírus, os planos de desinvestimento estão avançando e o Pão de Açúcar vê potencial de levantar mais de 3 bilhões de reais com a venda de postos de gasolina, ativos imobiliários e até mesmo as operações na Argentina e no Uruguai, contou o diretor vice-presidente de finanças e de relações com investidores, Christophe Hidalgo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A situação de COVID-19 deixa o investidor mais cauteloso, as conversas para monetizar ativos não foram suspensas”, afirmou Hidalgo. Ele ponderou, contudo, que a companhia dispõe de uma sólida posição de caixa no momento e não está com pressa para vender os ativos a qualquer preço.

Estermann disse que a pandemia também incentivou o Pão de Açúcar a acelerar algumas iniciativas digitais, após as vendas do ecommerce alimentar saltarem 82% no primeiro trimestre ano a ano.

“(O crescimento do ecommerce) continuou em abril e maio e nossa expectativa é de que esse incremento e a preferência por essa modalidade de compra se mantenham mesmo após o período do isolamento social”, disse o presidente do Pão de Açúcar , citando planos da companhia para lançamento de um marketplace no terceiro trimestre.

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.