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Para Bill Gates, esta é a chave para não ter burnout. Mas funciona?

07 dez 2021, 19:44 - atualizado em 07 dez 2021, 19:44
Bill Gates
Em 1984, Gates disse como evitaria o burnout em sua carreira (Wikimedia Commons)

Bill Gates já ocupou a liderança dos rankings de pessoas mais ricas do mundo por vários anos a fio. Aos 20 anos de idade, fundou a Microsoft, uma das maiores empresas de software globais que existem até hoje.

E, para ele, existe uma regra de ouro a ser seguida quando o assunto é evitar o burnout: não seguir uma rotina.

“O trabalho que estamos fazendo não é como se estivéssemos fazendo a mesma coisa o dia todo. Vamos para nossos escritórios e pensamos em novos programas, nos reunimos, saímos para ver os usuários finais, falamos com os clientes. Há tanta variedade e sempre há coisas novas acontecendo. E não acho que chegará um momento em que isso seja entediante”, disse ele em 1984, aos 28 anos de idade, em entrevista à emissora norte-americana NBC.

O burnout é um distúrbio emocional de esgotamento que acontece após situações desgastantes e excessivas de trabalho. Em 2021, aumentaram os afastamentos do trabalho por conta da saúde mental dos funcionários no Brasil.

Segundo uma pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nos primeiros sete meses deste ano foram concedidos 108.263 benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) para trabalhadores com transtornos mentais e comportamentais, entre elas a depressão e a ansiedade — que podem ser sintomas de burnout.

Para a psicóloga Fabíola Luciano, especializada no distúrbio, evitar a rotina não tem relação direta com o burnout, como Gates afirmou.

“Imaginar que não seguir uma rotina pode evitar uma pessoa de vir a desenvolver burnout, porque a doença não está ligada à rotina, mas sim ao trabalho. E ainda que você não tenha um cronograma mais rígido e uma rotina sempre igual, você ainda vai estar relacionado ao trabalho. E trabalhar em excesso pode causar problemas”, diz.

Mesmo as gerações mais novas — tidas como mais preocupadas com a saúde mental e menos dispostas a passar por algumas situações estressantes — estão sofrendo com a síndrome.

“Até mesmo adolescentes estão estressados hoje em dia. A construção do trabalho não começa quando você entra no mercado, então muitas vezes os jovens são preparados com uma carga muito maior do que o trabalho vai representar para eles, e essas coisas, muitas vezes, se fundem”, explica Luciano. “Os jovens já inserem no mercado de trabalho acreditando que precisam fazer mais e encontram um ambiente organizacional que é mais propício ao adoecimento, e isso acaba gerando uma combinação explosiva”, diz.

É por isso que, segundo Luciano, o burnout tende a acontecer com maior incidência em ambientes mais competitivos e em profissões que trabalham com maior pressão e pouca autonomia.

“Essas pessoas precisam se doar demais, têm um nível de troca muito intenso ali, e muitas vezes esses fatores facilitam o surgimento da síndrome”, afirma. “O corpo responde ao que está lá dentro.”

Os sintomas do burnout

Outros sintomas bastantes comuns da doença são perda de atenção, cansaço excessivo, maior irritabilidade e dificuldade de se desvincular do trabalho.

Além disso, sinais como a apatia, o sentimento de derrota e a insegurança também podem indicar a síndrome.

Como evitar o burnout?

É claro que não existe uma fórmula mágica para evitar a síndrome do burnout, mas alguns comportamentos podem ajudar. Segundo Luciano, os profissionais precisam conhecer seus próprios limites.

“É preciso ser ativo em relação a fazer uma análise da empresa. É deixar para trás se não estiver funcionando e do que é possível ser feito no momento”, diz.

Para quem não pode deixar o emprego do nada, Luciano recomenda uma análise individual de como se pode mudar a relação entre empregado e empregador. “O profissional precisa se lembrar que, antes de ser um empregado, ele também é uma pessoa”, afirma.

Luciano conta que aprender a se desligar do trabalho é uma das formas para evitar a doença, desenvolvendo métodos para a “passagem para o momento pessoal”. “Manter a cabeça no trabalho contribui negativamente. É preciso conseguir viver e, acima de tudo, valorizar a sua vida pessoal”, explica.

 

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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