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Para Credit Suisse, bancos brasileiros já anteciparam impacto do coronavírus

29 maio 2020, 17:06 - atualizado em 29 maio 2020, 17:06
Seguros: bancos brasileiros anteciparam, no primeiro trimestre, parte das provisões para eventuais perdas causadas pelo coronavírus (Imagem: Dviulgação/ IBV International Vaults)

Os bancos brasileiros não tiveram um mês de abril fácil. Os números divulgados pelo setor mostram deterioração da qualidade dos ativos sob gestão, desaceleração das operações de crédito no segmento de varejo, que também apresentou queda nos spreads.

Mas, o que, para muitos setores da economia, poderia soar como mais um passo rumo ao abismo, para os bancos brasileiros não deve ser motivo de preocupação. A avaliação é do Credit Suisse, em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (29) e obtido pelo Money Times.

“À luz da pandemia de Covid-19, contudo, acreditamos que a deterioração dos principais indicadores já foi antecipada em alguma medida”, afirmam os autores da análise, Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia.

Mudança de mix

O trio observa que o volume de crédito, em abril, permaneceu estável, na comparação com março, devido à mudança no mix das operações. A taxa de crescimento do crédito, no segmento de varejo, desacelerou de 11,7% para 9,7%, de março para abril. Em compensação, o crédito corporativo acelerou seu crescimento de 7% para 9,5% no mesmo período.

Segundo o Credit Suisse, o reforço das provisões para devedores duvidosos, iniciado pela maioria dos bancos no primeiro trimestre, continuou em abril.

Os recursos para cobrir quem está inadimplente há 90 dias cresceu 10 pontos-base, para 3,3%. O movimento foi mais intenso nos bancos privados, que elevaram as reservas em 14 pontos-base, seguido pelos bancos públicos (11 pontos-base).

Além do maior risco de calotes, as operações foram menos rentáveis em abril. O spread das operações de crédito recuou 80 pontos-base, para 17,2% ao mês, pressionados pelo segmento de varejo e por uma maior participação do segmento corporativo.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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