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Para Credit Suisse, Via Varejo é “fênix que renasceu” (inclusive, no radar do banco)

24 fev 2020, 11:40 - atualizado em 24 fev 2020, 14:57
Via Varejo Ponto Frio Celulares
(Imagem: Divulgação)

A Via Varejo (VVAR3) continua colhendo os frutos da reestruturação iniciada, desde o retorno da família Klein ao seu controle, em meados do ano passado. Dona das redes de varejo Casas Bahia e Ponto Frio, a empresa foi comparada pelo Credit Suisse à Fênix, a mitológica ave que ressurge de suas próprias cinzas.

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O renascimento não é apenas simbólico, mas também prático. Para se ter uma ideia, fazia mais de um ano que o banco suíço não revisava suas projeções para a empresa.

O último preço-alvo, de R$ 7 por papel, foi divulgado em 28 de janeiro de 2019. Agora, Vítor Saragiotto e Pedro Pinto, os analistas que assinam o relatório do Credit Suisse, deram uma geral nas expectativas para os papéis.

O novo preço-alvo é de R$ 21. Sim, é o triplo do anterior, mas, além do fato de que o papel ficou mais de um ano sem revisão, é preciso observar que o novo valor representa um potencial de alta bem menor, quando comparado com o patamar em que ele já é negociado na B3.

Com base no fechamento de sexta-feira (21), o preço-alvo embute uma valorização de 26% nos próximos 12 meses. A recomendação do banco suíço é de outperform, isto é, desempenho esperado acima da média do mercado.

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Para chegar ao novo preço, os analistas incorporaram uma previsão de 7% de crescimento nas vendas “mesmas lojas” (aquelas em operação há, pelo menos, 12 meses). A dupla também estima uma alta de 6,2% no ebitda.

Com essas variáveis, o papel estaria sendo negociado por 43,2 vezes sua relação Preço/Lucro (P/L). O banco admite que, à primeira vista, pode-se tratar de um papel caro, quando se considera que a empresa ainda está se reestruturando. Mas, para atenuar esse fator, a instituição acrescentas duas ponderações.

Novo indicador

A primeira é que o múltiplo não incorpora, totalmente, o potencial de ganhos que a reestruturação pode gerar. A segunda é que os investidores podem preferir outras métricas para avaliar a Via Varejo.

Assim, o P/L perderia peso, em favor do VE/RBV (valor da empresa, dividido pela receita bruta de vendas, ou EV/GMV, na sigla em inglês).

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A preferência por este último múltiplo refletiria de modo mais adequado, segundo o Credit Suisse, a percepção de alguns fatores positivos no desempenho recente da companhia, como o crescimento “atraente” das vendas online, que o banco acredita “ser factível de se materializar”.

“Se essa hipótese se provar verdadeira, a diferença de valuation é substancial”, afirma o relatório. “A Via Varejo negocia, atualmente, a 0,7 vez o EV/GMV projetado para 2020, enquanto seus pares estão acima de 1,5 vez”, acrescenta.

A Via Varejo deve divulgar seus números do quarto trimestre e do consolidado de 2019 em 25 de março, após o fechamento do mercado. Para o Credit Suisse, este será o momento de “ver os primeiros sinais de uma boa recuperação”.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.