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Para investidores, Victoria’s Secret precisa de mais mulheres

10 set 2019, 16:43 - atualizado em 10 set 2019, 16:48

 

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A Victoria’s Secret tenta se reconectar com clientes que se voltam cada vez mais para rivais que empoderam mulheres e diversos tipos de corpo, como Aerie e ThirdLove (Imagem: Gabby Jones/Bloomberg)

A Victoria’s Secret, fundada com a ideia de que os homens deveriam se sentir mais confortáveis ao comprar roupas íntimas para as mulheres, tenta se reformular como uma marca realmente pensada para o público feminino. Mas essa é uma mensagem difícil de ser transmitida quando a maior parte dos gerentes são do sexo masculino.

“Existe uma grande crença na empresa de que precisamos evoluir”, disse o CEO da Victoria’s Secret Lingerie, John Mehas, durante a sessão de perguntas e respostas no dia anual do investidor em Columbus, Ohio. “Precisamos ser liderados por ela e para ela.”

A L Brands, que controla a marca, apresentou na terça-feira um plano – ainda que vago – para transformar a Victoria’s Secret: com uma estratégia mais inclusiva, uma nova experiência nas lojas e uma reformulação do marketing ainda em desenvolvimento que não afastará os principais clientes.

Os acionistas não perderam a oportunidade de destacar a ironia à Bloomberg News durante um intervalo. Dos 11 palestrantes durante o evento da L Brands, excluindo uma introdução de Amie Preston, de relações com investidores, apenas três eram mulheres. E apenas uma fez uma apresentação: Amy Hauk, CEO da linha Pink da Victoria’s Secret.

Um investidor, que pediu para não ser identificado, disse à margem do evento que ele e seus colegas estavam em Ohio tentando saber se a liderança atual pode promover a renovação da marca, especialmente porque a gerência é predominantemente masculina. Ele classificou a falta de mulheres nas apresentações de “impressionante”.

A Victoria’s Secret tenta se reconectar com clientes que se voltam cada vez mais para rivais que empoderam mulheres e diversos tipos de corpo, como Aerie e ThirdLove, em vez da estética tradicionalmente sexy e magra da Victoria’s Secret. Isso atingiu as vendas comparáveis, uma medida importante do varejo, que caíram por cinco trimestres seguidos na rede de roupas íntimas.

bloomberg@moneytimes.com.br