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Para Itaú BBA, Ibovespa ainda pode subir quase 50% neste ano

24 mar 2020, 16:41 - atualizado em 24 mar 2020, 16:41
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Ladeira abaixo: nova projeção para Ibovespa é 29% menor que a original (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Na esteira da pandemia de coronavírus, que derrubou o mercado nas últimas semanas, o Itaú BBA cortou sua estimativa para o Ibovespa. Segundo a gestora do Itaú Unibanco, o principal indicador da B3 deve encerrar o ano em 94 mil pontos, ante a previsão original de 132 mil pontos

A nova projeção é 29% inferior à original. Ainda assim, se a estimativa for confirmada, representará um ganho de 47,8% sobre os 63.569 pontos com que o Ibovespa fechou nesta segunda-feira (23).

Marcos Assumpção, Jorge Gabrich e André Dibe, que assinam o relatório, afirmam que o ajuste se baseia numa redução de 25%, em relação ao consenso do mercado, na estimativa dos lucros que serão apresentados pelas empresas neste ano.

Sem charme

Com isso, o P/L (relação preço/lucro) do Ibovespa fica acima da sua média histórica de 11,3 vezes, “revelando que ele não é tão atrativo, no final das contas”.

Entre os setores que sofrerão as maiores perdas, o Itaú BBA prevê uma queda média de 20% no lucro das empresas focadas no mercado interno. No caso dos bancos, esperam-se uma freada na expansão da carteira de crédito de 10% para 3%, o aumento da inadimplência e queda das receitas geradas por tarifas.

No modelo do Itaú BBA, porém, a oscilação do Ibovespa é mais sensível ao custo de capital para o acionista (Ke) do que à queda de lucros. E, neste caso, o cenário também é desfavorável. O Ke embutido nos cálculos passou de 11,25% para 12%.

Outro parâmetro, o prêmio pelo risco patrimonial implícito (ERP) subiu de 4,75% para 5,4%. Os analistas observam que a relação com a paridade dos juros segue estável, “indicando que os fundamentos isentos de risco permanecem os mesmos”.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.